O número de acidentes com animais peçonhentos aumentou cerca de 35% em Santa Catarina de 2022 para 2023. Além disso, somente em 2024, 3.964 ocorrências já foram registradas até maio. Picadas de aranhas lideram o número de casos, concentrando 69% do total nos três anos. Os dados são da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC).
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Em três anos, foram 18.660 ocorrências listadas. Dessas, 13.048 foram ocasionadas por aranhas. Na sequência vem ferimentos ocasionados por abelhas (1.734 casos), serpentes (1.623), escorpiões (1.262) e lagartas (993).
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Em 2022, a região que mais registrou acidentes do tipo foi o Planalto Norte, com 897 do total de 6.506 casos. O mesmo ocorreu em 2023, quando a zona teve 969 do total de 8.762 incidentes no Estado. Já em 2024, até o momento, o Alto Vale do Rio Peixe é o que lidera o número de casos, com 487 ocorrências do total de 3.934.
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Acidentes por região
No período analisado, a região que mais teve acidentes com aranhas foi o Planalto Norte, com uma média de 642 casos ao ano. Com abelhas, o Extremo Oeste lidera o número de ocorrências, com uma média de 64 casos por ano.
Com relação a serpentes, a maioria dos incidentes ocorreu no Médio Vale do Itajaí, com uma média de 71 registros ao ano. Acidentes com escorpiões se concentraram na Serra catarinense, que teve uma média de 56 casos ao ano. Já com relação a lagartas, quem lidera a lista é o Extremo Oeste, com uma média de 37 casos no período.
Segundo Maevi Ottonelli, bióloga da Dive, algumas regiões registram mais ocorrências que as outras por conta das características climáticas de cada área, que pode ser favorável para cada espécie de animal.
— Em sua maioria os animais peçonhentos são nativos da região, exceto o escorpião do gênero Tityus (ou escorpião-amarelo) — explica Maevi.
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Ações de combate e controle
A especialista da Dive explica que, para diminuir o número de acidentes, o Estado trabalha, principalmente, na orientação da prevenção dessas ocorrências, por meio de materiais informativos distribuídos para a população e, também, por notas técnicas enviadas às unidades de saúde.
O governo também faz a distribuição de soro para todos os pontos soroterápicos, de acordo com o tipo de acidente.
— O controle desses animais só pode ser realizado no caso de animais sinantrópicos, que não são nativos de nossa região. Entre os acidentes que temos no Estado, só é realizado o controle através da catação manual de algumas espécies de escorpiões — explica.
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O que fazer em casos de acidentes com animais peçonhentos
- Manter a vítima calma e deitada;
- Evitar que a vítima se movimente para não favorecer a absorção do veneno;
- Localizar a marca da mordedura e limpar o local com água e sabão;
- Cobrir com um pano limpo;
- Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam garrotear (apertar a circulação), em caso de inchaço do membro afetado;
- Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento necessário;
- Se possível, levar uma foto do animal ou apresentar o máximo de características possíveis para que ele seja identificado e para que a vítima receba o soro específico.
O que não fazer
- Não fazer torniquete – isso impede a circulação do sangue e pode causar gangrena ou necrose local;
- Não cortar o local da ferida, para fazer “sangria”;
- Não aplicar folhas, pó de café ou terra sobre a ferida, pois poderá provocar infecção.
Como evitar acidentes
- Usar botas: isto evita até 80% dos acidentes durante o corte de vegetação, por exemplo, pois as cobras picam do joelho para baixo. Porém, antes de calçar as botas, verifique se não há aranhas, escorpiões ou outros animais peçonhentos na parte interna;
- Proteger as mãos: não coloque as mãos em frestas, tocas, cupinzeiros, ocos de troncos, etc. Use um pedaço de madeira para verificar se não há animais nesses locais;
- Acabar com os ratos: a maioria das cobras alimenta-se de roedores. Por isso, mantenha sempre limpos os terrenos, quintais e plantações evita atrair esses predadores;
- Conservar o meio ambiente: os desmatamentos e queimadas, além de destruírem a natureza, provocam mudanças de hábitos dos animais, que se refugiam em celeiros ou mesmo dentro de casas. Evite matar os animais, pois eles contribuem para o equilíbrio ecológico.
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