O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não cresceu tanto quanto o governo gostaria em 2013 e o bolo da economia acabou parecido com um cupcake. O aumento de investimentos, um ingrediente inesperado para 10 entre 10 analistas, pode ter deixado o resultado ao menos um pouco mais saboroso.
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Divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB avançou 2,3%, para R$ 4,84 trilhões – bem acima do 1% registrado em 2012, mas distante dos 7,5% em 2010. Considerada a principal surpresa nos dados apresentados, o avanço dos investimentos em 6,3% em relação a 2012 desfaz um pouco o pessimismo que se formou em relação à economia brasileira neste ano. Aumento na produção interna de máquinas e equipamentos indica mais disposição das fábricas em produzir, o que representaria mais oferta e, em médio prazo, alívio nos preços.
O avanço de 0,7% no quarto trimestre também surpreendeu. Expectativas mais otimistas eram de 0,5%.
Se a expansão de 2,3% em 2013 não chega a empolgar, pelo menos estanca revisões de crescimento para baixo em 2014. A mais recente previsão de economistas ouvidos pelo Banco Central aponta para alta de 1,6% neste ano.
Lucia Garcia, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, afirmou que o resultado sinaliza que os níveis de desemprego podem seguir baixos em 2014 e manter intacta a principal conquista da equipe econômica do governo em ano eleitoral.
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– O avanço de 2,3% é tímido. E mesmo assim o desemprego não aumentou – disse Lucia.
O setor de serviços, que mais emprega no país, cresceu 2%. Apesar de apresentar expansão nula no último trimestre do ano, a agropecuária avançou 7% em 2013, colhendo os bons resultados da safra de soja no primeiro semestre. A parte abatumada do bolo ficou por conta da indústria, que, apesar do avanço de 1,2% em 2013, apresentou a menor participação no PIB desde 2000.
– Para a indústria, o ano de 2013 não foi favorável. Além de não conseguir apresentar um desempenho mais consistente ao longo de todo o ano passado, já que oscilou muito, a atividade industrial foi perdendo ritmo – afirmou Rogério César de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.