A morte de Arthur Moreira Lima repercutiu na imprensa e comoveu amigos e fãs do músico entre quarta (30) e quinta-feira (31). O artista, conhecido por ser o “Pelé dos pianos”, morreu aos 84 anos, em Florianópolis, após passar duas semanas internado para tratar um câncer de intestino. Em 2003, ele recebeu o título de Cidadão Honorário da Capital de Santa Catarina.
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Em entrevista à GloboNews, o pianista João Carlos Martins disse que soube da morte do amigo enquanto fazia um concerto em Sorocaba, no interior de São Paulo. Os dois dividiram o palco em diversas oportunidades, inclusive em Nova York, nos Estados Unidos.
Morre em Florianópolis o pianista Arthur Moreira Lima, aos 84 anos
— Foi o pianista brasileiro que mais me emocionou na vida […] O Arthur trouxe Nazareth, trouxe o repertório, tocou com vários cantores populares e democratizou a música clássica. Uma das maiores personalidades, que dignificou o nome do nosso país no mundo inteiro. Tenho a honra de ter dado mais 50 concertos no Brasil e no exterior com ele. Só no país, ele correu 600 cidades democratizando a música clássica — falou.
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Emocionado, o músico relembrou a trajetória do colega de profissão e afirmou que Lima foi um “dos maiores intérpretes de Chopin dos séculos 20 e 21”:
— Queriam fazer intriguinha entre o pianista carioca e o paulista, mas tivemos uma amizade que durou a vida inteira.
“Um dos maiores pianistas da nossa história”
Além de Carlos Martins, outras personalidades lamentaram a passagem do músico. Ainda na quarta-feira, após o anúncio do falecimento de Arthur, o pianista Pablo Rossie exaltou a trajetória e o legado deixado pelo pianista em uma publicação via as redes sociais:
“O que dizer desse que foi um dos maiores pianistas da nossa história! Sua grandiosidade foi e sempre será exaltada pelo que fez em prol da nossa música, porque ele acreditava no valor da nossa cultura. Se isso já não bastasse, foi um pianista e músico que arrebatou plateias pelo mundo: ovacionado, querido e nunca esquecido pelo público russo, mesmo que décadas tenham separado ele dos palcos da Rússia, ele sempre era tido como uma referência do piano brasileiro. Fica o seu legado e memória que a música há de perdurar para sempre”.
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Também nas redes sociais, o Instituto Piano Brasileiro deixou uma mensagem sobre a partida do pianista:
“Nossos agradecimentos a esse gigante incomparável, por tudo que fez pela cultura brasileira e pianística. Que seu nome seja sempre reconhecido entre os heróis brasileiros”.
A morte do pianista foi lembrada pela governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), na manhã desta quinta-feira. Ele comentou sobre o músico ter escolhido o estado catarinense como lar por alguns anos:
Homenagem da Orquestra Filarmônica Catarinense
A Orquestra Filarmônica Catarinense também lamentou a morte do pianista em uma publicação nas redes sociais. O grupo deixou sentimentos à família e aos amigos, e disse que o legado do músico “certamente irá inspirar orquestras e músicos do Brasil por décadas e décadas”. Veja a nota na íntegra:
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“A OFiC lamenta profundamente o falecimento do pianista Arthur Moreira Lima, aos 84 anos.
Ele foi um dos mais destacados pianistas brasileiros no cenário internacional da música clássica. Moreira Lima teve toda sua trajetória dedicada a superar a distinção entre música erudita e popular.
Nossos sentimentos à família e amigos. Seu legado certamente irá inspirar orquestras e músicos do Brasil por décadas e décadas”.
O velório do pianista será nesta quinta-feira, no Crematório e Cemitério Jardim da Paz, em Florianópolis, do meio-dia às 16h. A despedida será aberta ao público.
Quem foi Arthur Moreira Lima
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Nascido em 1940, no Rio de Janeiro, Arthur Moreira Lima é considerado um dos principais pianistas brasileiros. Aluno de Lúcia Branco, professora que deu aula a Tom Jobim, ele começou a estudar piano aos seis anos de idade.
Com estudos na França e na antiga União Soviética, ele ficou em segundo lugar no concurso internacional de piano, que é considerado o mais prestigiado do mundo, o Frédéric Chopin, em Varsóvia, em 1965.
Ao longo da carreira, gravou mais de cem discos e fez centenas de apresentações em diversos países. Com a proposta de levar o piano até locais como periferias, cidades do interior e escolas públicas, atuou no projeto “Piano pela Estrada”.
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