Não se pode falar de saúde da mulher sem falar de saúde íntima feminina, pois o bem-estar só é pleno quando todas as áreas do corpo estão bem cuidadas  e todos os sistemas funcionando corretamente. Muitas vezes negligenciada, essa área do corpo tem função importante na prevenção de doenças e infecções. 

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Um dos principais fatores que influenciam a saúde íntima é o pH, uma medida que indica o nível de acidez ou de alcalinidade de uma substância ou mistura, no caso, a “camada” formada de bactérias sobre a pele da região da vulva e da vagina. 

O que é pH íntimo e por que é preciso cuidar para que não se altere

O pH íntimo refere-se ao nível de acidez da região vaginal. Normalmente, o pH vaginal é levemente ácido, com uma média entre 3,8 e 4,4, em uma escala que vai de zero  (mais ácido) a 14 (mais alcalino). 

Essa acidez é necessária para manter um equilíbrio delicado da microbiota vaginal, ou seja, o conjunto de microrganismos que habitam naturalmente a região. 

Os lactobacilos, um tipo de bactéria benéfica, são predominantes nesse ambiente e contribuem para a manutenção do pH ácido, protegendo a vagina contra a proliferação de outros microrganismos que podem causar infecções.

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O pH vaginal levemente ácido atua como um escudo protetor, inibindo o crescimento de bactérias nocivas como a Gardnerella vaginalis e a Candida albicans, responsáveis por infecções comuns como a vaginose bacteriana e a candidíase. 

Por isso, manter o pH vaginal dentro dos níveis adequados é importante também porque fortalece o sistema imunológico local, aumentando a resistência a infecções e contribuindo para a saúde geral da região íntima. 

Quando o pH vaginal se desequilibra, sintomas como coceira, ardência, corrimento e desconforto durante as relações sexuais podem surgir, impactando negativamente a qualidade de vida. 

Além do mais, infecções vaginais não tratadas de maneira adequada podem evoluir para complicações mais sérias, como doenças inflamatórias pélvicas, que podem afetar a fertilidade e aumentar o risco de gravidez ectópica (fora do útero).

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Para manter o pH vaginal equilibrado e prevenir problemas de saúde, algumas medidas simples devem ser adotadas

Manter o pH vaginal equilibrado e promover a saúde íntima é fácil. Para isso, é recomendada a adoção de hábitos de higiene, como lavar a região genital externa com água morna e sabonete líquido íntimo, diariamente, até três vezes por dia.

O uso de roupas íntimas de algodão, que permitem a transpiração da região, também é indicado, por prevenir o acúmulo de umidade e o crescimento de microrganismos nocivos, como fungos. 

Deve-se ter cuidado com o uso prolongado de absorventes internos,  pois podem aumentar o risco de infecções. A alimentação é importante para a saúde e deve ser rica em frutas, legumes e fibras, que contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal e vaginal. 

Em alguns casos, pode ser indicado o uso de probióticos vaginais, que contêm lactobacilos, que auxiliam na restauração da flora bacteriana vaginal e na manutenção do pH ideal.

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Fatores que alteram o pH íntimo

Diversos fatores internos ou externos ao corpo podem desequilibrar o pH vaginal e comprometer a saúde íntima da mulher. 

O uso frequente de produtos de higiene íntima inadequados, como sabonetes com pH alcalino, duchas vaginais e lenços umedecidos perfumados, pode alterar a acidez natural da vagina e eliminar as bactérias benéficas. 

Assim como alguns de antibióticos de amplo espectro, que, para combater infecções, podem eliminar os lactobacilos, desequilibrando a microbiota vaginal. 

Outro fator externo é o uso de roupas íntimas apertadas e/ou sintéticas criam um ambiente úmido e quente, que favorece o crescimento de fungos e bactérias. 

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Já entre os fatores internos, ou seja, do próprio organismo, estão as alterações hormonais, como as que ocorrem durante a gravidez, menopausa ou pelo uso de contraceptivos, que podem influenciar o pH vaginal. 

Por fim, algumas relações sexuais, devido ao pH alcalino do esperma, podem causar alterações temporárias no pH íntimo. Quando essas alterações se tornam constantes, há o risco de se desenvolver infecções vaginais, candidíase, vulvite ou vulvovaginite.

Ao perceber qualquer coceira, ardência ou desconforto na região íntima, é indicado procurar ajuda médica para um diagnóstico preciso e tratamento correto. 

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