Carlos Victor de Carvalho é o último dos três presos em operação da Polícia Federal por suspeita de financiar os atos golpistas em Brasília no último dia 8. Considerado até então foragido, ele foi encontrado nesta quinta-feira (19) em uma pousada em Guaçuí (ES).

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Após a prisão, Carvalho foi exonerado do cargo de assessor parlamentar do deputado estadual bolsonarista do RJ Filippe Poubel (PL) — no qual atuava desde maio passado. Segundo o deputado, a exoneração se dá “para que ele possa ter pleno direito à defesa nos trâmites do devido processo legal”.
Em nota, Poubel disse que “sua oposição ao governo federal não o impede de repudiar atos ilegais”.

O salário líquido de Carvalho como assessor parlamentar é de R$ 5.588,30. CVC, como é conhecido, é líder do grupo “Direita Campos”, na cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

Quem são os catarinenses envolvidos nos atos golpistas em Brasília

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Nas redes sociais, CVC se mostra apoiador de Bolsonaro — em seu perfil no Twitter, chega a adotar o sobrenome do ex-presidente— e propaga mensagens golpistas.

Em 8 de dezembro, ele escreveu em um de seus perfis no Facebook: “Imagine só… Você acorda amanhã e fica sabendo que às 5 horas da manhã a Polícia Federal bateu na porta do Alexandre de Moraes e levou ele preso. Algumas horas depois é anunciado a anulação [sic] do processo eleitoral fraudado por ele.”

Em fotos postadas, o suspeito se exibe com camisetas com o rosto de Bolsonaro. Em uma das imagens, o assessor parlamentar empunha um revólver. Nas redes, CVC também fez coro à campanha pelo voto impresso, liderada pelo ex-presidente, e divulgou convocações para motociatas.

Em publicação no dia seguinte aos ataques, ele criticou o vandalismo em Brasília.

“Há 8 anos organizo atos a favor da direita e nunca depredei patrimônio público ou privado, pois repudio totalmente esses atos de vandalismo. O que aconteceu em Brasília deve ser condenado por todos que querem um Brasil livre e democrático. Não devemos nos igualar à esquerda!”, escreveu.

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Quatro dias após os ataques às sedes dos Três Poderes, o assessor parlamentar acusou — sem qualquer prova ou evidência— o governo Lula de negligência.

Em dezembro, CVC chamou de “infiltrados” extremistas apoiadores de Bolsonaro que atearam fogo em ônibus em ato nas ruas de Brasília. A reportagem não localizou um representante legal de CVC e o espaço segue aberto.

Com a prisão, a PF finaliza os três mandados de prisão que recebeu na chamada Operação Ulysses. Antes, já tinham sido presos o subtenente Roberto Henrique de Souza Júnior e a doceira Elizângela Cunha Pimentel Braga.

Os investigados podem ser acusados de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais.

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*Por Anna Satie e Lola Ferreira

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