A Polícia Federal concluiu que não há indícios de corrupção passiva por parte da ex-ministra e ex-senadora catarinense Ideli Salvatti (PT) em inquérito da Operação Lava Jato. A PF investigava o repasse de R$ 500 mil da empresa Camargo Corrêa como “vantagens indevidas” para a então senadora em 2010, quando era candidata ao governo de Santa Catarina.

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Inocentada em relatório da PF, Ideli Salvatti critica delações premiadas

O caso teve como base a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Em declaração à Polícia Federal, Machado sustentou que o interesse da empresa era ter continuidade de participação nas licitações da Transpetro e que ele também pretendia atender os interesses de Ideli, que era líder do governo no Senado e poderia facilitar as pretensões da Transpetro no Congresso Nacional e outros órgãos federais.

Em um relatório de seis páginas assinado pelo delegado Ivan Ziolkowski e enviado juiz federal Sérgio Moro no último dia 24, no entanto, a PF aponta que a conduta de Ideli “não se amolda ao tipo penal de corrupção passiva em face da ausência das elementares objetiva e subjetiva do crime”.

O delegado também manifesta que “a doação eleitoral por pessoa jurídica, à época permitida, por si só, não configura vantagem indevida” e que “ficou estampado, nas palavras do colaborador, a inexistência de qualquer ato ou promessa decorrente da doação por parte da candidata que a solicitou”.

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No mesmo relatório, Ziolkowski ainda conclui “ausentes também indícios que possam atender o elemento subjetivo do tipo, ou seja, que a candidata teria a consciência de que a doação era decorrente de supostas vantagens ilícitas obtidas pela empresa doadora”.

Ideli e defesa se manifestam

A ex-ministra e ex-senadora catarinense falou ao Diário Catarinense nesta terça-feira, criticando o desgaste político provocado pelas investigações e o modelo de delação premiada.

Em nota, o escritório de advocacia que representa Ideli no caso manifestou que “o relatório demonstra de forma inequívoca as mentiras do delator que, mesmo fazendo um malabarismo, não conseguiu trazer sequer verossimilhança às suas informações”.