A Polícia Federal (PF) faz buscas nesta sexta-feira na sede da empresa Odebrecht, zona oeste de São Paulo, como parte da 14ª fase da Operação Lava-Jato, que investiga superfaturamentos de contratos para pagamento de propina a parlamentares e partidos políticos. No início da manhã, o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, foi preso.
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Quem são os executivos de empreiteiras presos na nova fase da Lava-Jato
De acordo com Aírton Martins da Costa, representante da ordem dos advogados do Brasil (OAB), 15 policiais apreenderam documentos, e-mails, mídias e computadores. A ação foi realizada nos seis andares do prédio, além das residências de alguns funcionários. Martins da Costa, que representa a Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB, informou que recebeu de advogados da Odebrecht a reclamação de que seus escritórios estariam sendo violados durante a operação da PF.
Empreiteiras dizem que colaboram com as investigações
– Não existe nenhum comunicado da Polícia Federal à Ordem dos Advogados para que possamos acompanhar as buscas, o que é procedimento normal. O juiz da Vara que expede o mandado, expede também a ordem para o acompanhamento da Comissão de Prerrogativa, para que os direitos do advogado não sejam violados declarou – Airton.
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MPF: Odebrecht e Andrade Gutierrez eram mais sofisticadas na corrupção
Em nota, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) confirma a operação de busca e apreensão da Polícia Federal em seus escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro. A empresa declara no comunicado que “Como é de conhecimento público, a CNO entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.”
Não é apenas mais uma fase da Lava-Jato
Nova fase da Lava-Jato prende presidentes de empreiteiras
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta sexta-feira no Paraná, a Polícia Federal deu detalhes de mais uma fase da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta sexta-feira. Na 14ª etapa da investigação, batizada de Operação Erga Omnes, foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 38 de busca e apreensão, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Conforme o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, as duas empreiteiras agiam de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraude em licitações da Petrobras. O diferencial, de acordo com ele, foi comprovado por meio de pagamentos de propina a diretores da estatal em contas no Exterior:
– Há indicativos suficientes para que fossem pedidas as prisões preventivas.
Os detidos serão levados para a carceragem da PF, em Curitiba, ainda nesta sexta-feira. A PF ressaltou, na entrevista, que a empresa tinha “grande poder de influência” na cartelização ocorrida na Petrobras.
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– A Odebrecht vem negando as irregularidades, mas documentos provam o contrário. A colaboração esperada de uma empresa que enfrenta um problema como esse deveria ser diferente – disse o delegado Igor Romário de Paula.
Saiba quem são os presos da Erga Omnes:
– Marcelo Odebrecht (preventiva): Presidente da Odebrecht
– Rogério Santos de Araujo (preventiva): Executivo da Odebrecht
– Márcio Faria da Silva (preventiva): Executivo da Odebrecht
– Otávio Marques de Azevedo: Executivo da Andrade Gutierrez
– João Antônio Bernardes: Ex-diretor da Odebrecht
– Alexandrino Alencar (temporária): Executivo da Odebrecht
– Antônio no Pedro Campelo de Souza: Executivo da Andrade Gutierrez
– Flávio Lucio Magalhaes: Executivo da Andrade Gutierrez
– Cristiana Maria da Silva Jorge: Prestava consultoria para a Odebrecht
Os fatos que marcaram a operação: