A Polícia Federal (PF) investiga as explosões em Brasília como ação terrorista e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Em coletiva nesta quinta-feira (14), o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, informou que investiga as possíveis conexões do catarinense Francisco Wanderley Luiz com outros extremistas.
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— Ainda que a ação visível seja individual, por trás dessa ação há um grupo ou ideias de um grupo. (…) A investigação que dirá se essa pessoa agiu isoladamente ou agiu com outras pessoas, inclusive com apoio e talvez com apoio financeiro, apoio físico pra isso — afirma Rodrigues.
Ex-morador de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, Francisco havia se mudado para Ceilância, no Distrito Federal, há cerca de três meses. Na casa alugada por ele, as autoridades encontraram uma inscrição em um espelho em referência a uma pichação feita na estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
— Há indícios de um planejamento a longo prazo. Essa pessoa já esteve em outras oportunidades em Brasília, segundo relatos de familiares estava aqui em Brasília no começo do ano de 2023 — disse Rodrigues.
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A polícia encontrou vários artefatos explosivos na casa de Francisco e nas imediações das explosões. Os objetos eram do tipo “bomba-tubo”, segundo o diretor da PF.
— As bombas encontradas no carro foram acionadas de forma remota e eram caseiras, aparentemente produzidas pelo próprio autor. A investigação está em andamento, e diversos exames periciais serão realizados para esclarecer como esses materiais foram fabricados — declarou.
Na noite de quarta (13), Francisco fez uma série de postagens radicais nas redes sociais antecipando os ataques. O diretor-geral da PF chamou a atenção para a regulação das redes sociais:
— É importante que definitivamente se tenha uma regulação, que se tenha uma norma, que se tenha regras claras para o uso de redes sociais. Não é possível mais a gente conviver com esse tipo de ação. Se mostra ainda de maneira mais clara a necessidade que se tem de termos a regulação pra que as pessoas não fiquem impunemente e cometendo crimes utilizando redes sociais.
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Apreensões
Agentes da PF cumpriram um mandado de busca e apreensão no endereço do autor em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí. A polícia também fez buscas na casa em Ceilândia, onde apreendeu explosivos e o celular do homem.
— Ao abrir uma gaveta, houve uma explosão gravíssima. O uso do robô salvou a vida de alguns policiais que se tivessem ingressado na residência, não teriam sobrevivido à explosão (…) Foram colocadas armadilhas para matar os policiais que estavam conduzindo as investigações — revelou o diretor.
Os policiais também encontraram um trailer alugado por ele há alguns meses, com mais explosivos em seu interior. O veículo está perto do carro que explodiu perto do Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Também foi encontrada uma caixa enterrada, que pode ter material explosivo dentro.
As explosões ocorreram por volta das 19h30min de quarta-feira (13), em Brasília. Uma explosão ocorreu em um carro estacionado perto da Câmara dos Deputados, e outras se deram na Praça dos Três Poderes, quando o homem se explodiu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
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Quem é Francisco Wanderley Luiz
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