ATUALIZAÇÃO: A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF4), em Porto Alegre, absolveu em 2016 o ex-cônsul honorário da Espanha em Joinville, A.E.A., das acusações de contrabando, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O relator do processo, desembargador Leandro Paulsen, também considerou nulas provas produzidas a partir de escutas telefônicas. A decisão foi unânime.

Continua depois da publicidade

Por volta das 5 horas da manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal (PF) desencadeou a Operação Cartada Final que investigava uma organização criminosa suspeita de comercializar produtos contrabandeados utilizados em máquinas caça-níqueis. Além de Santa Catarina, há envolvidos em outros Estados. Só em Joinville, a PF bateu em quatro pontos da cidade: um na Zona Norte e três no centro. O empresário conhecido em Joinville e cônsul honorário da Espanha, A.E.A., foi preso preventivamente suspeito de chefiar a organização. Ele foi encontrado em casa, no bairro Boa Vista, em Joinville.

Além dele, outras quatro pessoas foram presas. Segundo a PF, são o filho, o advogado e um amigo, que era o dono das empresas de fachada. A mulher de A.E.A. também foi presa em flagrante. Na bolsa dela, a Polícia Federal encontrou R$ 43 mil em dinheiro, US$ 28 mil, e 7,6 mil euros. Ela vai ter de explicar a origem do dinheiro. Os policiais foram, primeiramente, em um galpão próximo ao Shopping América (local fechado em dezembro de 2007, cujo dono era o próprio cônsul) e também em uma outra casa na Avenida Santos Dumont para recolher computadores e equipamentos. Entre às 6 e às 10 horas, a PF ficou em um galpão na rua Nazareno, no bairro Glória. Lá, eram fabricadas e distribuídas máquinas caça-níqueis. O local, lacrado pelos policiais, ficava fechado 24 horas, segundo informações de vizinhos, mas sempre tinha movimentação.

Na rua São Paulo, no centro da cidade, funcionava o escritório de toda esta ação. Conforme a Polícia Federal, o grupo comercializava, mediante venda e aluguel, produtos contrabandeados utilizados em máquinas caça-níqueis. Há anos, a quadrilha seria responsável pela venda e exportação dos equipamentos para o México, República Dominicana, Panamá, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Argentina, Paraguai e Espanha.

No total, 17 pessoas foram presas na manhã desta quarta nos Estados onde a operação foi realizada. Foram uma pessoa no Recife, duas em Salvador, e 14 na região de Joinville. Dois mandados deixaram de ser cumpridos, já que os suspeitos estão fora do país. As prisões devem ocorrer nos próximos dias.

Continua depois da publicidade