A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira a Operação Carne Fraca, contra a venda ilegal de carnes em Santa Catarina e mais seis Estados. O objetivo da ação é desarticular uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. A operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais.
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Aproximadamente 1,1 mil policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso. O nome dos investigados não foi divulgado até as 7h40min desta sexta.
Conforme a investigação os agentes públicos, usando do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva. Entre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, havia a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Isso permitia a continuidade dos crimes dos frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação.
As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR) e estão sendo cumpridas em São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goias.
O nome da operação faz alusão à expressão popular relacionada à má qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. Uma entrevista coletiva às 10h, no auditório da Superintendência de Policia Federal em Curitiba, dará mais detalhes da operação.
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