A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta terça-feira, 37 mandados judiciais em sete cidades de Santa Catarina. A operação batizada de “Fugu” apura irregularidades feitas por diretores e fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na região do Vale do Itajaí. Segundo as investigações, servidores que atuavam na inspeção de pescados favoreceram ao menos duas grandes companhias suspeitas de adulterar quimicamente os produtos para elevar o peso dos alimentos.

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De acordo com a PF, a suspeita é de que as importações dos pescados eram desviadas dentro de frigoríficos na cidade de Itajaí. Além dos 20 mandados de busca e apreensão, a polícia cumpre 12 de busca pessoal. Outros cinco são relacionados a suspensão cautelar do exercício das funções públicas. O Ação acontece em Florianópolis, São José, Balneário Camboriú, Itajaí, Navegantes, Blumenau e Jaraguá do Sul.

Durante as investigações, que já duram nove meses, foram obtidos documentos indicando que as empresas comercializavam pescados importados da China modificados. No processo de venda, peixes das espécies Panga, Merluza e Polaca do Alasca tinham adição de água e produtos químicos no interior, que entre outros efeitos, elevava o peso e o valor dos produtos. A técnica aplicada nos alimentos é conhecida como oversoaking.

Ao menos 16 pessoas já foram indiciadas na investigação – auxiliada também por funcionário do Mapa em Brasília. Os denunciados devem responder por associação criminosa, corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, prevaricação, importação, venda e entrega de produto alimentício adulterado.

Nome da operação

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Fugu é uma espécie de peixe conhecida no Brasil como Baiacu, conhecido como uma das mais venenosas do mundo. No Japão, onde é tradição consumi-lo, somente cozinheiros que receberam licença do governo local podem prepará-lo. O fígado do peixe é ponto onde se concentra a tetrodoxina, o veneno que ataca o sistema central dos predadores da espécie. Para esse tipo de contaminação não há antídoto. No Japão, os cozinheiros são proibidos de jogar o fígado do Fugu no lixo comum devido à quantidade de veneno que contém nele.

Confira as informações trazidas pelo repórter da RBSTV Naim Campos durante o Notícia na Manhã desta terça-feira (16):