Em um novo desdobramento da Operação Lava-Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira (3), agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal cumprem 49 mandados de prisão preventiva (43 no Brasil e seis no Exterior), quatro de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão. A ação, batizada “Câmbio Desligo”, é realizada no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal, além do Paraguai e do Uruguai.

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Os alvos principais desta nova fase da Lava-Jato — que tem como base a delação dos operadores do esquema do ex-governador Sergio Cabral, o doleiro Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala; e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony — são doleiros que integravam um sistema chamado Bank Drop, por meio do qual transferiam dinheiro ao Exterior através do “dólar-cabo” e, com isso, garantiam a remessa de valores sem passar por instituições financeiras reguladas pelo Banco Central.

Em nota divulgada à imprensa, a PF afirma que os mandados judiciais foram solicitados pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro e autorizados pela 7ª Vara Federal Criminal fluminense. “A operação visa desarticular organização criminosa especializada na prática de crimes financeiros e evasão de divisas, responsável por complexa estrutura de lavagem de dinheiro transnacional, ocultação e ocultação de divisas”, diz o texto da PF.

De acordo com o jornal O Globo, Juca Bala e Tony formavam um grupo de gerentes liderados pelo doleiro Dário Messer — apontado como o “o doleiro dos doleiros” no Brasil e principal alvo desta operação —, para lavar dinheiro. Eles atuavam no mercado paralelo de câmbio. Segundo a polícia, o sistema consistia em 3 mil offshores em 52 países, que movimentavam US$ 1,6 bilhão (R$ 5,6 bilhões).

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