A Polícia Federal (PF) desencadeou, na manhã desta segunda-feira, a 19ª fase da Operação Lava-Jato. São cumpridos 11 mandados judiciais, sendo apenas um de prisão preventiva e outro de temporária. Os demais são de busca e apreensão ou condução coercitiva (quando o suspeito é conduzido obrigado até o local de depoimento). A ação acontece em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro.
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A PF mira contratos da Diretoria Internacional da Petrobras, que costumava realizar operações no Exterior, como aluguel de navios-sonda. Parte da ação desta segunda-feira já seria embasada em revelações de Fernando Soares, o Baiano, lobista que costumava intermediar negociações nessa área internacional da estatal, controlada por pessoas indicadas pelo PMDB. Os investigados teriam intermediado o pagamento de propina no Exterior. Há suspeita de movimentação de R$ 20 milhões por parte de uma empresa de fachada.
O único mandado cumprido na Capital foi o de prisão de José Antunes Sobrinho, um dos donos da empresa Engevix. Ele é suspeito de repassar R$ 765 mil para o ex-presidente da Eletronuclear (ligada ao Ministério das Minas e Energia, controlado pelo PMDB) vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva – preso em Curitiba desde julho. A propina seria paga pela Engevix para garantir lugar na construção da usina nuclear Angra 3. Sobrinho foi preso em sua casa na Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis.
Um outro preso seria um lobista ligado ao PMDB de Minas Gerais que teria intermediado pagamento de US$ 20 milhões a pessoas ligadas ao PMDB. O suborno seria referente ao aluguel do navio-sonda Titanium Explorer, operação feita pela Diretoria Internacional da Petrobras. O negócio teria se concretizado quando o diretor internacional era Jorge Zelada, que também está preso em Curitiba desde o início de julho. A propina teria sido movimentada via contas bancárias em Zurique, na Suíça, e na Cidade do Panamá.
O vice-almirante Othon, pivô da ação da Lava-Jato na Eletronuclear, teria recebido R$ 4,5 milhões em propinas para facilitar ingresso do “clube de empreiteiras” na construção de Angra 3. Entre as beneficiadas estão a Engevix, a Andrade Gutierrez e a UTC.
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Os investigados teriam intermediado o pagamento de propina no Exterior. Há suspeita de movimentação de R$ 20 milhões por parte de uma empresa de fachada. Esta fase da operação está dividida em dois focos: negócios da Petrobras no Exterior e também da Eletronuclear.
* Zero Hora