A Polícia Federal cumpre, desde o início da manhã desta quarta-feira, nove mandados de prisão em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Desdobramento da Lava-Jato, a Operação Pripyat tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava na Eletronuclear.
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Segundo a PF, seis funcionários da empresa, que integravam o núcleo operacional das fraudes, tiveram a prisão preventiva decretada e o atual diretor foi afastado por ordem judicial. Outro alvo é o ex-presidente da subsidiária da Eletrobras, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, acusado de receber R$ 4,5 milhões de propina das obras da Usina Nuclear de Angra 3, e que está em prisão domiciliar.
Além dos seis mandados de prisão preventiva (sem prazo) e três de prisão temporária (prazo de cinco dias), os 130 agentes cumprem nove de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar depoimento) e 26 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 7º Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
As investigações da PF apontam que um clube de empreiteiras atuava para desviar recursos da Eletronuclear, principalmente os destinados às obras da Usina Nuclear de Angra 3.
A Pripyat apura os crimes de corrupção, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, sendo um desdobramento no Rio de Janeiro da 16º fase da Operação Lava Jato denominada Radioatividade. O nome da operação refere-se à cidade ucraniana que se tornou uma espécie de “cidade fantasma” após o acidente nuclear em Chernobyl.
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A ação da Eletronuclear foi desmembrada da Lava-Jato e é resultado da 16ª fase da operação, chamada Radioatividade, deflagrada em julho do ano passado. A investigação foi enviada à Justiça Federal do Estado do Rio por decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A Eletrobras participa como assistente de acusação no processo.
Os 14 réus do processo foram ouvidos ao longo de abril, entre eles Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele foi afastado da empresa em abril. Pinheiro da Silva estava preso em um quartel do Exército, em Curitiba, e, em novembro, foi transferido para o 1º Distrito Naval, no Rio de Janeiro. Atualmente, está em prisão domiciliar.
Em depoimento, o ex-executivo admitiu que usou contratos de fachada para receber dinheiro da construtora Andrade Gutierrez quando já presidia a Eletronuclear. Negou que fosse propina.