A Polícia Federal (PF) cumpriu 26 mandados de busca e apreensão em Joinville, Araquari, São Francisco do Sul e Barra Velha. De acordo com Oscar Biffi, delegado da PF, as ordens judiciais foram cumpridas na manhã desta terça-feira (2) e tinham como alvo bens procedentes de suposta lavagem de dinheiro de uma quadrilha investigada pelo tráfico internacional de cocaína.

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Nesta manhã, também foram presas duas pessoas em Joinville por posse ilegal de arma de fogo. Uma das armas era uma pistola de fabricação paraguaia e que possuía silenciador. Além disso, seis mandados de busca e apreensão em Itajaí e região. Intitulada Joiás do Oceano, a operação é um desdobramento da Oceano Branco, ocorrida em outubro de 2017, no Estado.

De acordo com a PF, um grupo de traficantes atuava na exportação de drogas para a Europa e para outros países por meio dos portos de Itajaí e Navegantes. Aproximadamente 35 pessoas foram presas na primeira fase das ações, em 2017, suspeitas de integrar a quadrilha. À época, a polícia identificou remessas de mais de oito toneladas de cocaína para países como Bélgica, Holanda, Itália, Espanha, Turquia e México.

— A investigação demonstrou que o grupo criminoso usava o nome de “laranjas”, como familiares, para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Os principais investigados possuíam patrimônios como carros e imóveis de luxo — explica Biffi.

R$ 70 milhões em bens

Durante a operação, foram sequestrados, apreendidos e bloqueados 25 imóveis, 23 automóveis e caminhões e cinco embarcações, além de maquinário pesado utilizado na logística retroportuária – o maquinário teria sido adquirido com o dinheiro resultante do tráfico de drogas. O total de imóveis de luxo, veículos e máquinas sequestradas ultrapassa R$ 70 milhões de reais.

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Duas pessoas foram presas por posse ilegal de arma, uma delas era paraguaia e possuía um silenciador
Duas pessoas foram presas por posse ilegal de arma, uma delas era paraguaia e possuía um silenciador (Foto: Polícia Federal / Divulgação)

Um dos carros de luxo foi apreendido em uma revenda de carros em Joinville, em 2017. Ainda de acordo com o delegado, dentre os imóveis estão apartamentos em condomínios renomados em Joinville, São Francisco do Sul e de Balneário Camboriú, além de casa de campo e salas comerciais. Também foi cumprida a prisão preventiva de um dos principais líderes do grupo, que estava em liberdade condicional desde dezembro de 2017, que realiza as operações do grupo entre Joinville e Balneário Camboriú.

Conforme a PF, as ações tiveram o objetivo de retirar do grupo os bens resultantes da lavagem de dinheiro, para que os bens e valores obtidos com as práticas criminosas retornem ao Estado e a sociedade. Os envolvidos poderão responder pelo crime de lavagem de dinheiro, além do tráfico internacional de drogas.

Relembre a operação

Em 2017, Polícia Federal e e a Receita Federal apreenderam sete carros e uma motocicleta em uma revenda multimarcas no bairro América, em Joinville. Entre os automóveis, cinco modelos eram de luxo, um popular e outro de colecionador. A operação em Joinville foi intitulada Contentor e foi um desdobramento da Oceano Branco.

De acordo com o delegado Fabio Mertens, da PF de Itajaí, durante a investigação, fortes indícios apontaram que os veículos pertenciam ao patrimônio de parte do grupo que traficava cocaína, posteriormente distribuída nos portos catarinenses. Os veículos foram apreendidos como medida cautelar de sequestro porque os sócios da revenda estariam envolvidos com o tráfico internacional de drogas. Outros veículos podem ser apreendidos na casa de pessoas investigadas ou de parentes no decorrer das investigações.

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