A Polícia Federal (PF) busca identificar agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) suspeitos de facilitar o acesso de vândalos no Palácio do Planalto no domingo (8). Segundo pessoas familiarizadas com o caso, imagens do momento da invasão vão ser usadas para tentar chegar aos servidores que teriam aberto caminho para os golpistas.

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Há inquérito na PF em andamento para apurar em várias frentes as invasões aos prédios dos três Poderes. Militares devem ser chamados para prestar depoimento em breve. As investigações em curso incluem todas as ações ou omissões que tenham permitido a entrada aos locais e o rastro de destruição que foi criado.

A ideia é cruzar as imagens com a lista de pessoas que estavam trabalhando naquele dia. De acordo com quem acompanha as apurações, já há alguns nomes suspeitos.

Nesta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ter convicção de que policiais e militares deixaram os manifestantes golpistas invadirem a sede do Poder Executivo. No mesmo dia, o presidente assistiu a imagens do circuito interno do Palácio do Planalto para ver como se deram a invasão e os ataques.

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Ainda no domingo, petistas passaram a desconfiar que teria havido inação por parte do GSI. O gabinete é responsável por cuidar da segurança de dentro do Planalto.

Mesmo diante do risco de invasão aos prédios públicos, o órgão não reforçou a segurança do palácio e deixou apenas a guarda comum de fim de semana para resguardar a sede do Executivo no domingo.

O general Gonçalves Dias, escolhido por Lula para chefiar o GSI, disse a aliados do Exército na sexta (6) e no sábado (7) que o cenário era de tranquilidade.

Segundo relatos feitos ao jornal Folha de S.Paulo, ele afirmou por mensagens de WhatsApp e ligações que a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal tinha um plano de segurança que proibia o acesso de manifestantes na praça dos Três Poderes — fato que, na visão dele, reduzia riscos de invasão ao prédio.

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Sem a convocação de pessoal, o Palácio do Planalto amanheceu no domingo somente com seis sentinelas e dois guardas do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP). O reforço na segurança do GSI só ocorreu após os ataques.

Por volta das 12h, com a descida de bolsonaristas radicais para a Esplanada dos Ministérios, o GSI fez uma primeira solicitação, por ligação telefônica, para o envio de um pelotão.

Os 36 militares chegaram por volta das 13h, após realizar trajeto alternativo do Setor Militar Urbano até o Palácio do Planalto, entrando por um dos anexos da sede do Executivo. Outras duas levas de militares foram enviadas ao Planalto durante o dia.

Segundo integrantes do GSI afirmaram à reportagem, a pasta não foi convidada para reuniões de segurança de elaboração do plano de segurança que havia sido elaborado pela secretaria do GDF. O órgão teria sido apenas comunicado do que seria feito.

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*Por Julia Chaib

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