O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, admitiu que a empresa vai ter de importar gasolina este ano para atender ao crescimento da demanda interna, independentemente da esperada redução da mistura de 25% de etanol anidro. A expectativa era de que a companhia tivesse de voltar a importar o combustível caso fosse confirmada a intenção anunciada pelo governo de antecipar a redução da mistura no período de entressafra para setembro ou outubro deste ano, por causa da quebra de safra de cana-de-açúcar.
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Segundo Gabrielli, houve um crescimento acima do esperado da demanda por gasolina este ano. Ele não soube dizer o porcentual, mas afirmou que o consumo aumentou principalmente devido ao crescimento da renda da população e, consequentemente, à compra de novos veículos – boa parte importados.
– Os carros importados não são flexíveis e não utilizam etanol – disse.
Gabrielli confirmou que haverá um déficit na balança comercial de derivados não somente este ano, mas durante os próximos anos, até 2015.
– A capacidade da oferta está com gargalos que só serão sanados com a entrada em operação de novas refinarias – disse.
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Este ano, por conta da migração de consumidores de etanol para a gasolina durante a entressafra da cana-de-açúcar, a empresa teve de importar 1,5 milhão de barris do combustível em abril e 1 milhão em maio. O volume total equivale a três dias de consumo no País. No ano passado, a importação atingiu 3 milhões de barris.