“ Pelo que já investigou a Polícia Federal, o esquema de corrupção que assaltou os cofres da Petrobras, dinheiro público, é preciso lembrar, parece não ter fim. Depois do conhecido doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, agora foi a vez dos corruptores conhecerem o caminho da prisão. A nova etapa da operação levou o nome bíblico de Juízo Final, para demonstrar que, em uma sociedade democrática, todos os que devem para a Justiça, sem distinção de classe econômica ou social, serão chamados para o necessário ajuste de contas.
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A investida policial levou 23 suspeitos de envolvimento com fraudes e desvios de dinheiro público à prisão, muitos deles dirigentes de 10 das maiores empreiteiras do país.
Movimentações avaliadas em R$ 59 bilhões, parte do dinheiro recebido da Petrobras foi entregue ao PT, PP e PMDB. Lastreado no princípio da igualdade, o bravo juiz Sergio Moro agiu acertadamente ao decretar a prisão desses malfeitores do patrimônio nacional.
Se dirigentes da estatal foram corrompidos, no maior esquema de corrupção da história da Petrobras, é porque, do outro lado do balcão da corrupção, empresários estendiam as mãos cheias de dinheiro para corromper e formar um tenebroso “clube da propina”. Portanto, havia necessidade processual de estabelecer responsabilidades criminais de forma isonômica, a fim de se fazer justiça, que somente se afirma quando a espada da lei punir indistintamente todos os atores da tragédia criminosa.
É triste ver a Petrobras, criada para impulsionar o desenvolvimento nacional, assaltada por um cartel de empreiteiras que corrompia dirigentes da estatal em licitações fraudulentas que somam bilhões de reais, parte dessa vultosa soma desviada para alimentar campanhas partidárias. Causa indignação ver a Petrobras, símbolo da empresa nacional, tomada pela corrupção que fez desabar o valor de suas ações e lançou sua credibilidade técnica e financeira para além das profundezas da camada do pré-sal. “
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