O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse não acreditar em uma possível retaliação do governo argentino pelo fato de o Brasil se opor à proposta de reduzir as importações de gás da Bolívia, para ceder à Argentina.
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Fontes do Ministério de Planejamento argentino chegaram a anunciar à imprensa que poderiam retaliar a Petrobras no país, com o corte de gás para suas petroquímicas.
– Nós não acreditamos (em retaliação). As nossas relações na Argentina, com o governo argentino, são muito boas. Vamos continuar com o diálogo e posições adequadas de negociação – disse Gabrielli.
Ele lembrou que a Bolívia tem um contrato assinado com o Brasil, cuja validade vai até 2019, reiterando que o país precisa dos 30 milhões de metros cúbicos por dia.
– O que nós informamos aos governos brasileiro, boliviano e argentino é que esta necessidade de gás da Bolívia é uma necessidade do mercado brasileiro. Não é da Petrobras – avisou ele.
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Gabrielli insistiu:
– A Bolívia vende gás às distribuidores no Brasil. Portanto, temos uma responsabilidade com o mercado brasileiro, antes de tudo. E o mercado brasileiro, neste momento, tem necessidade plena do gás que nós estamos trazendo da Bolívia.
Para justificar o aumento do consumo de energia, Gabrielli salientou que, embora o consumo do ano passado tenha sido muito menor, nos últimos seis meses aumentou 600%. Somente, no domingo de carnaval, atingiu a geração de 4 mil megawatts (MW).
– Isso não quer dizer que a Petrobras não seja sensível às necessidades do mercado elétrico da Argentina. Isso significa, portanto, que a Petrobras está disposta, conjuntamente com o Brasil, a analisar algumas possibilidades de fornecimento elétrico à Argentina em momentos emergenciais viabilizando geração elétrica no Brasil, adicional à necessidade do Brasil, para exportação para a Argentina – afirmou.