A Petrobras estuda mudanças nos preços do gás natural, tendo em vista que as negociações com as distribuidoras no ano que vem sinalizarão uma tendência de queda nos valores cobrados. A empresa também pretence acabar com as distorções geradas pelos diferentes valores entre o gás nacional e o produto importado da Bolívia.
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A disputa em torno dos preços do gás é tema de uma representação feita pelos grandes consumidores no Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, que cobra mais transparência no cálculo. Entidades de classe reclamam que os altos preços no Brasil vêm prejudicando a competitividade da indústria nacional.
Segundo a superintendente da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), uma das autoras incluídas na representação do MPF, Lucien Belmonte, o gás no Brasil custa hoje mais do que o dobro no mercado internacional.
O gás natural é vendido pela Petrobras a uma média de US$ 8,73 por milhão de BTU (medida de poder calorífico), mas o valor varia de acordo com a procedência. O gás produzido no país sai a US$ 10,50 por milhão de BTU, enquanto o gás boliviano custa US$ 7,50 por milhão de BTU. O produto importado é vendido em São Paulo e no Sul do país, enquanto os demais Estados pagam pelo gás nacional. A Abividro e a Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace) dizem que o gás no exterior varia entre US$ 5 e US$ 6 por milhão de BTU.
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