O governo perdeu a chance de dar um choque de credibilidade na Petrobras ao indicar o nome de Aldemir Bendine para assumir a presidência da empresa. O executivo é ligado ao governo e foi presidente do Banco do Brasil.

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O mercado aguardava um executivo que não fosse do governo. Mas não foi o que ocorreu, desagradando não só aos investidores, mas também a alguns conselheiros que votaram contra o nome de Bendine.

Obviamente que o tempo corria contra a decisão do governo, pois como Graça Foster e cinco diretores renunciaram aos seus cargos, o Planalto se viu numa encruzilhada, precisando decidir sobre o novo executivo o mais rapidamente possível.

A decisão demonstrou, até o momento, que a interferência e a ingerência na companhia continuam. O mercado não dará o benefício da dúvida. Os novos administradores precisarão mostrar que o governo tem menor interferência na companhia, pois só assim a estatal poderá recuperar a credibilidade.

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Lembrando que a ex-presidente Graça tentou dar um pouco de credibilidade à companhia na divulgação de resultados do terceiro trimestre de 2013, quando apresentou o estudo de uma nova metodologia de reajustes de preços dos derivados, mas foi barrada pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Credibilidade aqui seria uma nova metodologia de preços, desinvestimentos que a companhia já anunciou que pretende fazer e até mesmo o anúncio de uma nova oferta de ações, tudo isto com o objetivo de reforçar o caixa da companhia.

O cenário atual permanece desafiador e negativo para a companhia. Todos os olhares estão focados na gestão de Aldemir Bendine e sua equipe e nos balanços do terceiro e do quarto trimestres de 2014, que deverão relacionar os valores das fraudes.

Enquanto isso, as ações continuam no olho do furacão, negociadas a 25% do valor que estavam cotadas em 2008 e 30% mais baixas do que apenas um ano atrás, cotação que traduz o momento atual da companhia.

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