A alta do petróleo e dos metais garantiu à Bovespa o terceiro pregão consecutivo de ganhos, engordados na última hora pela recuperação das bolsas americanas. Petrobras guiou as ordens de compras, amparada pela disparada do preço do petróleo no mercado internacional. Os metais básicos acompanharam e também Vale e siderúrgicas registraram variações robustas.
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No terceiro pregão sucessivo de ganhos, o Ibovespa, principal índice, terminou com variação de +1,01%, aos 55.934,7, depois de oscilar entre a mínima de 55.380 pontos (estabilidade) e a máxima de 56.144 pontos (+1,39%). No mês, as perdas foram diminuídas a -6% e, no ano, a -12,45%. Apenas nestas três sessões, os ganhos somaram 4,89%. O volume financeiro totalizou R$ 4,636 bilhões.
A alta da Bolsa doméstica foi impulsionada pela arrancada do petróleo, motivada por tensões geopolíticas e também pelo enfraquecimento do dólar.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato futuro com entrega em outubro terminou em US$ 121,18 por barril, avançando 4,86% com o agravamento das tensões entre Rússia e Estados Unidos.
Os russos não gostaram do acordo fechado pelos americanos para instalar, na Polônia, um componente do sistema de defesa de mísseis americanos em seu território. A Rússia é o maior produtor de petróleo do mundo e a tensão pode prejudicar o fornecimento mundial.
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O enfraquecimento do dólar também sustentou a alta do petróleo e das commodities (matérias-primas) metálicas e agrícolas.
E o efeito foi direto sobre alguns dos principais papéis do Brasil. Petrobras subiu 3,12% as ações ON e 3,45% as PN, Vale avançou 1,94% as ON e 2,37% as PNA. Gerdau PN teve elevação de 3,06%, Metalúrgica Gerdau PN, de 2,55%, Usiminas PNA, de 3,40% e CSN ON, de 2,63%.
Nas Bolsas de Nova York, o índice Dow Jones acabou subindo 0,11% e o S&P teve elevação de 0,25%, enquanto o Nasdaq caiu 0,36%.
Depois de terem derretido nas últimas sessões, as ações do segmento financeiro acabaram devolvendo parte das perdas iniciais.
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Mais cedo, o mesmo segmento financeiro havia imputado vendas firmes às bolsas americanas, depois que os analistas do Citigroup reduziram suas estimativas do terceiro trimestre para Lehman Brothers, Goldman Sachs e Morgan Stanley.
Os indicadores divulgados nos Estados Unidos também foram desalentadores – queda de 13 mil no número de pedidos de auxílio-desemprego na última semana, menos do que o previsto; recuo de 0,7% no índice de indicadores antecedentes; e índice de atividade regional do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de Filadélfia de -12,7 em agosto.
Para amanhã, a recuperação de hoje pode se sustentar em razão da agenda vazia – está previsto apenas um discurso do presidente do Fed, Ben Bernanke. E pelo andar da carruagem, ou seja, com a volta dos temores mais fortes com o segmento financeiro, ele pode novamente tentar estimular o mercado.