Você passa várias horas por dia sentado? Não tem tempo para praticar atividades físicas? Não faz pausas durante o trabalho para alongar o corpo? Saiba que essa combinação é perigosa, e pode comprometer o funcionamento do coração e do pulmão, além de prejudicar ossos e articulações dos joelhos, contribuindo para o desenvolvimento da condropatia femoropatelar.
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– A condropatia femoropatelar é um desgaste que acomete a cartilagem da patela e/ou da tróclea, uma região do fêmur onde a patela se articula. Quando o joelho fica dobrado em um ângulo maior do que 40°, a patela passa a fazer contato com a tróclea de maneira mais intensa, provocando uma sobrecarga da patela contra o fêmur. Além disso, o desequilíbrio muscular provocado pelo sedentarismo modifica a biomecânica normal do joelho, levando também à sobrecarga da articulação femoropatelar e ocasionando a condropatia – explica o ortopedista Dr. Paulo Henrique Araujo, cirurgião ortopedista especializado em trauma ortopédico e cirurgia de joelho, membro das Sociedades Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
Os principais sintomas são dor, estalidos e rangidos. O tratamento do problema é feito por meio do reequilíbrio muscular, por meio de sessões de fisioterapia, por exemplo.
– O tratamento deve ser individualizado, pois cada paciente apresenta uma deficiência específica. Por exemplo: se um paciente tem um mau alongamento da musculatura posterior da coxa, essa limitação deve ser corrigida com fisioterapia para recuperar o equilíbrio muscular. Outro paciente pode ter um bom alongamento posterior, mas apresentar uma hipotrofia do músculo vasto medial do quadríceps, o que muda o foco do tratamento. A intervenção medicamentosa também pode ser instituída para recuperar as áreas de perda cartilaginosa, porém com sucesso variável – explica.
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Existe ainda a possibilidade de cirurgia, mas essa é uma alternativa menos frequente.
– A técnica empregada no tratamento cirúrgico, seja ela minimamente invasiva por meio de artroscopia ou através de cirurgia aberta, dependerá do grau da lesão apresentada e, principalmente, das causas que levaram a essa lesão – diz o cirurgião.
Como as condropatias são irreversíveis, o tratamento visa diminuir ou eliminar a dor. O paciente também deve fazer sua parte, buscando sempre se alongar e fazer fortalecimento muscular. Caso contrário, os sintomas podem aparecer novamente.
– As condropatias podem ser evitadas, principalmente, com um bom equilíbrio muscular dos membros inferiores. Além disso, evitar situações de risco, como ficar muito tempo com os joelhos dobrados e subir escadas muitas vezes ao dia, também pode ajudar – recomenda Araujo.
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