
Depois de cinco dias sem trabalhar, Leonardo Vieira, 24 anos, conseguiu nesta quarta-feira ao menos um pouco de combustível para voltar às atividades. O motoboy ficou mais de duas horas na fila de um posto no bairro Salto Weissbach, o primeiro a receber combustível para venda em Blumenau. Segundo os responsáveis pelo estabelecimento, as filas começaram ainda na noite de terça-feira e, nesta quarta-feira quando o abastecimento começou, por volta das 11h40min, carros e motos se enfileiravam às margens das ruas Água Branca e Bahia.
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Quatro caminhões-tanques saíram da base da distribuidora em Itajaí nesta quarta-feira pela manhã e começaram a abastecer os postos da cidade. A informação é do presidente do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Blumenau (Sinpeb), Júlio César Zimmermann. Porém, ele não sabe precisar ainda quantos locais já estão comercializando o produto, mas afirma que a expectativa é que o serviço volte ao normal gradativamente.
Em nota, a Polícia Militar de Blumenau informou que trabalhava com a previsão de que a distribuição nos postos ocorra durante a noite desta quarta-feira, simultaneamente em vários locais. Para atender a demanda dos motoristas com o primeiro comboio liberado, a orientação da PM é para que as vendas sejam limitadas a R$ 100 por cliente e recomenda ainda que as pessoas procurem sem pressa e de forma ordeira aos postos.
No local em que Leonardo abasteceu, a gasolina era vendida por R$ 3,92, mesmo valor anterior à paralisação dos caminhoneiros. Para ele, que ganha a vida rodando pelas estradas da cidade, o valor pesa no bolso e consome parte do que ganha.
– Ganho R$ 80 por dia e, às vezes, gasto R$ 40 com abastecimento. É complicado – diz o motoboy.
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A compradora Jéssica Lopes, 25 anos, também enfrentou a fila. Assim como muitos blumenauenses, ela teve dificuldades para ir trabalhar e assim que soube que o posto tinha combustível correu para garantir ao menos o que estava sendo liberado.
– Tenho R$ 90. Acho que dá pelo menos meio tanque – conta.
O galão de plástico no banco do carona mostrava que Eduardo Lima da Cruz, 30 anos, fez o possível para continuar com o mínimo de combustível no tanque. Apesar do esforço, nesta quarta-feira a gasolina que tinha foi o suficiente apenas para ele chegar ao posto. Lá, o corretor de câmbio ficou três horas e meia até alcançar a bomba. O que só foi possível porque ganhou folga, já que não tinha como ir trabalhar.
– Compreendo até certo ponto a mobilização, mas depois que foi feito o acordo começaram a colocar muita coisa no meio. Perdeu o foco – pondera.
Enquanto o abastecimento começa a ser normalizado, quem precisa encher o tanque recomenda:
– Não adianta ir agora para ficar na fila. Tem que esperar chegar a outros postos e fazer de forma ordeira – fala o motorista de aplicativo Alcir Moraes dos Anjos, que viu o carro entrar na reserva justamente no dia em que o serviço volta a ser restabelecido.
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Acompanhe a situação do Vale em virtude da paralisação dos caminhoneiros