As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2017 foram revistas diversas vezes ao longo do ano e, mais recentemente, para baixo. Em setembro, quando o mercado estava otimista e o índice de confiança atingiu o maior nível desde o final de 2013, a estimativa divulgada pelo Banco Central (BC) chegou a 1,38%. De lá para cá, avanços na Lava-Jato e crises institucionais fizeram a confiança e previsões caírem.

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No último relatório trimestral, publicado em 22 de dezembro, o BC estimou crescimento de 0,8%. O mercado é mais pessimista. Segundo o Relatório Focus do Banco Central – feito com base em expectativas dos agentes financeiros –, divulgado nesta segunda-feira, o crescimento previsto para 2017 oscilou de 0,58%, no boletim anterior, para 0,50%. O Bradesco é ainda mais cético ao apontar 0,3% de incremento – antes, apostava em 1%.

O Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, com sede em Washington, também cortou a projeção para o crescimento do Brasil em 2017, conforme divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Em setembro, era de 1,5%, e passou a 1% no relatório de dezembro.

No documento, o IIF relaciona a redução à descrença de que o governo seja capaz de impulsionar as políticas necessárias para apoiar as recuperações após as contrações do PIB deste ano. A previsão de encolhimento da economia brasileira em 2016, que ficou maior a cada mês, também influenciou negativamente as projeções para o ano que vem.

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De janeiro a outubro, a retração já alcança 4,82% (sem ajustes sazonais), conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Em outubro, a economia brasileira teve o menor nível de atividade desde dezembro de 2009. A previsão do BC é de que a economia encolha 3,49% no ano, pouco menos que os 3,8% de 2015.

As notícias boas ficam por conta da inflação, que tem desacelerado. A previsão é de que o IPCA seja de 4,85% de acordo com o Focus. Para este ano, a última estimativa do mercado é de que fique em 6,40%.