Um mistério enterrado por aproximadamente 80 milhões de anos começa a ser desvendado nesta quinta-feira com a revelação do nome científico de um fóssil encontrado há dois anos e meio na região Sul do Brasil.

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Uma nova espécie de réptil estava escondida entre quatro toneladas de rochas. A pista sobre o fóssil foi achada por um morador da região.

No local da descoberta, pesquisadores da Universidade do Contestado (UNC), de Mafra, em parceria com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, montaram um sítio paleontológico no qual realizaram as escavações. O resultado será apresentado nesta quinta-feira, em Mafra, no Planalto Norte de Santa Catarina.

A retirada dos fósseis foi feita em quatro etapas, cada uma com dez dias. Uma dezena de dias em contato com a terra rendeu de seis a oito meses de trabalho em laboratório para, principalmente, separar o animal fossilizado da rocha.

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O professor e coordenador do centro paleontológico da UNC, Luiz Carlos Weinschutz, ressalta que a qualidade e a quantidade dos exemplares descobertos e analisados traz destaque à pesquisa científica.

-Esta é uma descoberta de grande repercussão na comunidade científica-, considerou o pesquisador.

Cinquenta crânios embasaram o trabalho interpretativo e descritivo da nova espécie. Com variações de tamanho entre 50 centímetros e dois metros, há exemplares correspondentes a várias etapas da vida.

A descoberta de fósseis de jovens e adultos permitiu, segundo Weinschutz, a descrição das transformações do crescimento do réptil

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UNC pode guardar exemplares

Os fósseis “representam uma época em que o clima era bem diferente”, de acordo com a descrição do pesquisador. No local, ainda não revelado e há milhares de anos impossível de se viver, trabalharam vários pesquisadores que não perceberam a existência dos exemplares fossilizados.

A história completa da descoberta ainda é mantida em segredo, mas se sabe que a pista do achado paleontológico foi fruto dos olhos observadores de um morador da região. O pesquisador garante que o réptil é “bem curioso”.

A UNC tem autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para guardar os exemplares, conforme explicou Weinschutz.

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-Quem acha fóssil não é dono dele.

As peças mais preservadas permanecerão no Museu da Terra e da Vida, enquanto as outras ficarão mantidas como reserva técnica, à disposição para outros trabalhos.

-A pesquisa que iniciamos é o início de várias outras-, concluiu.