O eletricista aposentado Adolfo Gorges, 62 anos, ficou em choque quando encontrou cinco de seus animais mortos no final da manhã do dia 28 de setembro, no bairro Velha Grande, em Blumenau. Morador da Rua João Seibitz, ele havia levado uma cabra e alguns cabritos filhotes para um terreno em uma área mais alta, na Rua Hermann Kratz, porém, quando foi verificar os animais no outro dia encontrou apenas um sobrevivente, que estava machucado. O ataque se tornou público na manhã desta quinta-feira, quando uma moradora da região contou o caso a uma rádio local.

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Segundo Gorges, ele havia levado os animais para ficarem separados dos outros, pois havia vários filhotes. No outro dia ele ouviu muitos latidos dos cachorros que ficam no entorno e decidiu verificar o que estava acontecendo:

– Quando cheguei lá levei um choque. Já achei um cabrito sem a cabeça, e o cabresto estava jogado no barranco. Os outros estavam mortos, machucado principalmente nas pernas. Só achei um vivo, que estava caído num buraco e machucado, acho que ele correu e tentou se salvar. Mesmo assim mataram cinco.

O aposentado acredita que os animais foram atacados por um puma durante a noite. Ele conta que um dos vizinhos teria visto um felino em uma chácara, andando pela região. Depois do ataque, o homem não levou mais animais para o terreno na Rua Hermann Kratz. Ele cria animais desde criança e conta que nunca havia presenciado uma situação como esta:

– Eu tenho galinha, pato, marreco, fui criado no sítio e sempre tive. Até já vi cachorro atacar cabritinho novo, mas de achar tudo morto assim é a primeira vez.

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Ataque será analisado por especialistas

A bióloga e chefe do Parque Nacional da Serra do Itajaí, Viviane Daufemback, explica que existe a possibilidade de ataques de pumas na região, já que eles vivem na área do parque e costumam percorrer grandes áreas, o que permite que eles também deixem a área do parque em alguns momentos.

– O local onde ocorreu o suposto ataque é próximo do parque e de uma área verde que liga a outra reserva, então, é possível que realmente tenha ocorrido um ataque de puma.

Viviane informa que será agendada uma visita ao local onde os animais foram mortos, com a presença de uma especialista no comportamento destes felinos, para analisar a área e confirmar se houve o ataque. Porém, ela ressalta que não há riscos de ataques a seres humanos, pois a tendência do animal é fugir:

– Esses ataques não são comuns, porém, podem ocorrer principalmente em áreas urbanas muito próximas de áreas verdes, porque a alimentação desse animal já é difícil na nossa região e quando ele se deparar com uma criação desse tipo, a tendência é atacar. Mas dificilmente ocorre com humanos, porque o animal vai sentir mais medo da gente do que nós dele e só vai atacar quando se sentir muito ameaçado.

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Em 2009 foi feita uma estatística da presença desses animais na região e foram encontrados quatro exemplares. Porém, não houve mais nenhuma contagem desde então. Nos últimos anos foram capturados três pumas machos. Eles receberam colares de monitoramento para que o comportamento pudesse ser acompanhado e foram novamente soltos na área do Parque Nacional. A bióloga conta que recentemente recebeu notícias de que algumas pessoas teriam visto uma fêmea e um filhote, mas eles não foram avistados pelos pesquisadores da reserva.