Um grupo de moradores da praia do Sambaqui estava de mudança nesta quarta-feira. As vieiras cultivadas lá pelos pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram retiradas e serão levadas para Porto Belo. Lá elas vão passar de sementes a vieiras adultas. Espera-se que elas gostem da mudança, já que foram cultivadas com tanto carinho pela equipe da professora Marisa Bercht.

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Bióloga, ela faz parte do Laboratório e Moluscos Marinhos (LLM) da UFSC desde 1996. O projeto, que começou em 1990, buscava soluções para o cultivo de ostras em grande escala em Florianópolis. Esse objetivo foi atingido há muitos anos e hoje a ostra da Ilha é considerada a melhor do Brasil.

– O Laboratório fez reformas de expansão e diversificou a linha de pesquisas. Hoje nós trabalhamos não só com duas espécies de ostras, mas com mexilhão, berbigão, polvo e vieiras – explica Marisa.

A pesquisadora, que se diz completamente apaixonada pelo que faz, afirma que as vieiras são consideradas o filé mignon do mar por serem muito saborosas e ainda por cima extremamente saudáveis.

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– Nós estamos desenvolvendo uma técnica para produção em larga escala – explica.

As vieiras ainda são muito difíceis de encontrar, e por isso mesmo muito caras. A intenção é estabelecer o ambiente ideal para crescimento do molusco.

– Isso passa por muita tecnologia, vai desde resfriamento da água até maneiras de fazer com que as vieiras entrem na maturação.

Atualmente Florianópolis é a única região que produz semente de ostras no país.

– O governo investiu para formar novos produtores, mas é uma área de pesquisa muito dura. Nós temos que estudar, fazer pesquisa e trabalhar sete dias por semana para cuidar dos cultivos. E às vezes você faz o melhor que pode e dá uma contaminação no cultivo e você perde tudo. Só por amor mesmo que as pessoas ficam nessa área. Nem empresas privadas deram conta de desenvolver essas técnicas.

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Para Marisa, a satisfação de estar criando novas maneiras de produção se une à de saber que os mariscos vão ser úteis como alimento.

Também existe produção de vieiras na Barra da Lagoa, Santo Antônio de Lisboa e Cacupé.