Governos de todo o mundo vêm travando uma luta contra uma série de inimigos bastante sedutores. Eles são deliciosos, quase irresistíveis, envoltos normalmente em embalagens coloridas e, muitas vezes, bem acessíveis economicamente. Esse grupo de vilões que se instala nas casas de famílias de todas as classes sociais são os alimentos ricos em gordura, açúcar e sódio, os principais causadores da obesidade, problema que já atinge 300 milhões de pessoas no planeta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Continua depois da publicidade

Pesquisadores da renomada Universidade de Oxford, no Reino Unido, defendem uma medida drástica para ajudar a controlar o consumo desses produtos: aplicar altas taxas de impostos sobre os alimentos que fazem mal à saúde.

Segundo o pesquisador Oliver Mytton, um dos autores do artigo que será publicado na edição de hoje do periódico científico British Medical Journal, os produtos que vão contra a saúde, como biscoitos, salgadinhos e refrigerantes, muitas vezes são mais baratos que os saudáveis.

– Quando os impostos são aplicados da maneira correta, eles podem melhorar a dieta das pessoas – conta o pesquisador, que lembra que a Dinamarca está prestes a adotar uma ação do tipo.

Continua depois da publicidade

Apesar de a proposta defendida pelo seu grupo ter sido apelidada de imposto da gordura, o pesquisador alerta que a medida, para ser eficaz, precisa abarcar mais produtos. Muitas vezes, não é a gordura que deve ser tributada, mas um conjunto mais amplo de itens alimentares. Mytton incluiria também na lista alimentos ricos em sal e em açúcar.

– Não se trata apenas de combater a obesidade, mas uma série de outras doenças que também são causadas pela dieta desequilibrada, desde o câncer a doenças cardíacas – afirma o britânico.