A questão da mobilidade vêm sendo bastante discutida em Florianópolis nas últimas semanas e, enquanto novos projetos são apresentados por diferentes esferas do poder público de forma desconexa, pesquisadores apontam a integração como a solução para os problemas referentes à questão na Capital.

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Na visão do diretor do campus de Joinville da UFSC – que possui um Centro de Engenharia da Mobilidade -, Acires Dias, as dificuldades para se locomover na cidade se devem a problemas de gestão. De acordo com ele, apenas o Bus Rapid Transit (BRT), que está para ser implantado, ou a construção da quarta ponte, como propõe o governo, não bastam pela falta de conexão entre os projetos.

– Tem que ser um projeto grande, para pensar a cidade a longo prazo e com os vários tipos de transporte interligados – diz.

Alguns modelos são citados como base para as mudanças necessárias, como a cidade canadense de Portland, que integra todas as suas possibilidades de transporte – metrô, micro-ônibus, trem, bicicleta – e garante subsídios para que os cidadãos façam os trajetos a pé e o bem-sucedido sistema de transporte coletivo de Curitiba, com linhas conectadas e o BRT.

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Mas o professor da Pós-Graduação de Urbanismo da UFSC Elson Manoel Pereira explica que apenas reproduzir as alternativas da cidade paranaense em Florianópolis não seria a solução, pois cada espaço tem uma lógica. Para ele, a melhor mobilidade depende da adoção do transporte coletivo na cidade, aliado ao planejamento da ocupação do território.

Em uma cidade bem planejada, conforme aponta o professor, moradias e serviços básicos estão próximos suficientes para se evitar grandes deslocamentos.

– Tem que compreender os comportamentos sociais, em trajetórias. Muitas linhas de ônibus em áreas da cidade mais valorizadas não adiantam enquanto, por uma questão cultural, os ricos preferirem usar carros – ressalta.

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