É de Santa Catarina o primeiro drone multirotor no país capaz de voar até duas horas, gerando sua própria energia através de um motor de combustão acoplado e minimizando a dependência de baterias. Ainda assim, o sistema possui baterias de back-up para o caso de falhas.
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O equipamento, uma Aeronave Remotamente Pilotada – ARP, denominada “GD 25”, é resultado de uma parceria da Global Drones Ltda com o Polo de Inovação do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) em um projeto no âmbito da Unidade Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) da instituição de ensino. Desde agosto de 2021, uma equipe técnica, formada por alunos e professores, se dedica ao projeto direcionado para inspeção de linhas de transmissão de energia.
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O modelo multirotor possui vários rotores que rotacionam hélices para manobrar a aeronave. Existem outros drones híbridos no país, mas do tipo “asa fixa”. O protótipo catarinense aguarda pela certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
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— O projeto foi concebido para realizar inspeções em linhas de transmissão de energia elétrica (empresas concessionárias de energia elétrica), mas podendo ser utilizado, também, para vistorias de torres de telecomunicação e de energia eólica, gasodutos e oleodutos — explica José Luiz Bordignon, CEO da Global Drones Ltda.
O investimento financeiro é de cerca de R$ 4 milhões e a expectativa se volta para o mercado do agro. Um dos últimos testes ocorreu no Aeroclube de Santa Catarina, em São José, na Grande Florianópolis. O local foi escolhido por conta das adequadas condições de segurança de voo, realizados seguindo regras da Anac que estabelece limite de 120 metros de altitude, voo supervisionado e outras considerações.
O protótipo, construído com fibra de carbono e cerca de 25 quilos, subiu com tranquilidade. De acordo com a Global Drones, ele pode transportar uma carga de oito quilos, atingir velocidade máxima de 65 quilômetros por hora e ser usado para mapeamento de uma área de 7 mil hectares por dia.
— O grande diferencial técnico desse drone é a fonte de energia, pois o uso de bateria limitaria a capacidade de voo. Com o motor de combustão embarcado, esse problema é bastante minimizado — garante o professor e engenheiro eletricista Leandro de Medeiros Sebastião, do Departamento de Eletrotécnica do IFSC.
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Pioneirismo só tem concorrência no mercado internacional
Além disso, foi realizado um ensaio específico em que o protótipo foi posto no ar com cinco litros de gasolina que permitiu voar até três horas. Para o professor, que também é coordenador do Laboratório de Drones, esse pioneirismo só tem alguma concorrência no mercado internacional, mas de forma rara.
— Sabemos que existem alguns drones montados a partir de customização: pegam um aparelho chinês, por exemplo, e adaptam conforme a necessidade. Neste caso não, este drone foi projetado desde o começo, parafuso por parafuso, por nossa parceria com a Global – explica.
Confira imagens dos testes
Homens dominam segmento e ocupam 95% das vagas
O mercado de drones está com grande demanda no país. Uma pesquisa divulgada em janeiro pela rede social Linkedin, voltada a profissionais, mostra que a pilotagem está em alta. As aeronaves não tripuladas tornam-se cada vez mais populares em setores como agricultura, segurança pública, logística e entretenimento.
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Por enquanto, são os homens que dominam o segmento, ocupando 95% das vagas. O setor da agricultura é um dos que oferece mais oportunidades, principalmente para pilotagem e configuração de drones pulverizados, que aplicam agrotóxicos, defensivos biológicos, sementes e adubos nas plantações.
Na condução do drone, são mapeadas as lavouras para planejar a colheita, detectar pragas e prever perdas e rendimentos. De acordo com a pesquisa, os salários desses profissionais podem chegar a R$ 10 mil por mês. A Linkedin classificou as profissões que cresceram de forma acelerada nos últimos cinco anos.
Vídeo mostra a funcionalidade do drone
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