Pesquisadores apresentaram um trabalho associando um tipo de gordura corporal às proteínas encontradas no cérebro que são marcadores para a Doença de Alzheimer. A descoberta chama atenção, pois o quadro pode se manifestar 20 anos antes do surgimento dos primeiros sintomas. As informações são do g1.
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O trabalho foi apresentado durante a reunião anual da Sociedade Norte-Americana de Radiologia (RSNA em inglês). De acordo com os pesquisadores, o resultado foi alcançado, pois eles investigaram a doença durante a meia-idade, quando o Alzheimer está em estágios iniciais.
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— Modificações no estilo de vida, como perda de peso e redução de gordura visceral, são meios eficazes para prevenir ou retardar o começo da enfermidade — afirmou a médica Mahsa Dolatshahi, pesquisadora de pós-doutorado e autora principal do estudo.
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De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), a estimativa é que existam cerca de 1,7 milhões de pessoas acima dos 60 anos com algum tipo de demência, sendo que o Alzheimer corresponde a 55% dos casos.
O estudo contou com 80 indivíduos sem qualquer alteração cognitiva, com idade média de 49 anos, sendo 62.5% deles mulheres. No grupo, 57.5% eram obesos e todos se submeteram a exames de sangue e de imagem do cérebro, além de ressonância magnética do abdômen, para medir o volume de gordura subcutânea – a que fica embaixo da pele – e gordura visceral, que se acumula na cavidade abdominal, entre os órgãos internos.
Aqueles que apresentavam um maior nível do tipo visceral estavam relacionados ao aumento de placas de proteína amiloide, que se acumulam no cérebro e causam danos irreversíveis.
O estudo aponta também que pessoas com alto nível de resistência à insulina e um baixo nível de HDL, um tipo de colesterol considerado benéfico à saúde, estavam relacionados às proteínas amiloide. A doutora e seus colegas apresentaram ainda outra pesquisa, no mesmo encontro da entidade, revelando, através de imagens, que obesidade e gordura visceral diminuem o fluxo sanguíneo para o cérebro.
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— Os pacientes estavam na meia-idade, a décadas de exibir os primeiros sintomas de demência, mas já havia uma condição alterada — disse a médica Dolatshahi.
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