Os dinossauros descansam à beira de um lago que espelha um planeta saudável e colorido, mas eis que chega um asteroide e acaba com a bonança. É assim que a gente imagina. Mas agora o pesquisador Steve Brusatte, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, diz que o asteroide foi apenas um tiro de misericórdia – a Terra já vivia tempos de dinos magros.

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De acordo com Brusatte, é provável que, há 66 milhões de anos, os animais estivessem debilitados com o aumento do nível dos oceanos e com uma intensa atividade vulcânica onde hoje fica a Índia, o que teria ocasionado chuva ácida. Um punhado de milhões de anos antes ou depois, e os dinossauros poderiam ter sobrevivido, e nós não estaríamos aqui para falar deles. Em suma, a extinção em massa, que pôs fim ao período Cretácio e à Era Mesozoica, teria sido o resultado bastante azarado de uma série de eventos.

Os dinossauros rondaram a Terra por 160 milhões de anos, com mais de mil espécies. O novo estudo foi publicado na segunda-feira na revista Biological Reviews, e o desafio agora é diferenciar os efeitos das erupções vulcânicas dos causados pelo asteroide. Até aqui, havia uma divisão entre quem acreditava na extinção gradual dos dinossauros, por força das erupções, e em uma extinção súbita, causada pelo asteroide.

Mais descobertas sobre a presença de penas

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Um estudo publicado na semana passada na revista Science afirma que a quantidade de dinossauros com penas era muito maior do que se acreditava. Fósseis de 150 milhões de anos, encontrados na Sibéria, indicam que os ancestrais das nossas aves eram bastante comuns e que a presença de penas pode remontar aos dinossauros mais antigos.

O responsável por essa conclusão não é ninguém menos do que o recém-descoberto Kulindadromeus zabaikalicus, herbívoro que media cerca de um metro da cabeça à ponta da cauda. Ele tinha pernas compridas e estreitas, além de braços curtos que terminavam em patas com cinco ágeis dedos. De acordo com os pesquisadores, o animal tinha tanto penas quanto escamas. A descoberta, então, é a de que os mecanismos para a transformação de escamas em penas estava presente já nos primeiros dinossauros.