A gravidez deveria ser um período de realizações e descobertas para as futuras mamães, porém muitas mulheres acabam sofrendo da Doença Hipertensiva da Gestação (DHG). A DG geralmente se manifesta após 20 semanas de gestação, e pode desaparecer até 12 semanas depois do parto. Aproximadamente um quarto das mulheres afetadas morrem desta patologia, que ainda não se sabe a causa e nem a cura.
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Atualmente, o procedimento padrão tem sido a interrupção da gestação quando a doença é diagnosticada, a fim de não colocar a vida da mulher em risco. No entanto, algumas pesquisas tem apontado um novo horizonte tanto para a escoberta da sua origem quanto do seu tratamento. O Serviço de Nefrologia do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em conjunto com a Universidade Fedral do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), apontam alternativas originais para o problema.
De acordo com uma das pesquisadoras do estudo no Rio Grande do Sul, a professora Bartira Costa, foi descoberta uma enzima vasoconstritora na urina das pacientes, a Enzima Conversora de Angiotensina. Se essa alteração for encontrada em um número significativo de gestantes, indicará uma origem e uma similaridade comum à hipertensão arterial.
Para o tratamento, a sugestão do uso de um medicamento já existente, o Viagra, mostrou-se uma boa alternativa pelo resultado das pesquisas. De acordo com a pesquisadora, o Sildenafil, componente do remédio, em mulheres grávidas com DHG, atua como vaso dilatador, ajudando a evitar a vasoconstrição.
Entretanto, é muito dificil testar esta alternativa, pois a gravidez é um momento muito delicado, especialmente para testes de fármacos, ainda que já estabelecidos, conforme a pesquisadora. A incerteza de contraindicações é o maior impedimento, já que há o cuidado ético na aplicação clínica de resultados de testes laboratoriais.
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Entre os riscos da DHG estão ainda prematuridade, baixo peso ao nascer, convulsões, sangramentos, disfunção hepática, disfunção renal. A hipertensão prévia, obesidade, doença renal e fatores genéticos, tanto maternos quanto paternos também podem estar relacionados ao desenvolvimento da doença durante a gravidez. No entanto, alerta-se que a hipertensão durante a gestação é um fator de risco cardiovascular no futuro da gestante e deve ser acompanhada mesmo após o parto.