Por onde passa quando vai trabalhar? Para aonde vai? Como vai? Essas e outras perguntas serão respondidas por 20 mil habitantes de Blumenau que vão participar de uma pesquisa que envolve o Plano de Mobilidade Urbana do município. O objetivo é elaborar um relatório que possa servir como base para a tomada de decisões no que diz respeito a obras e alterações no trânsito. Os dados coletados serão incluídos em um software que auxilia na previsão de impactos que podem ser causados em casos específicos _ como construções e inversões de fluxo de veículos, por exemplo.

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Todas as informações serão usadas a médio e longo prazo pela prefeitura para elaborar planos que envolvam questões de mobilidade, segundo a coordenadora do BID-Blumenau, Ritta Bruel.

– Quando você tem dados mais concretos é possível justificar desde alterações simples no trânsito até ter uma noção de viabilidade econômica de grandes projetos. Com tudo em mãos fica mais fácil mostrar para o Executivo os porquês para fazer mudanças – explica Ritta.

No total 50 colaboradores do consórcio responsável pela pesquisa (formado pela brasileira Concremat e pela espanhola MCRIT) irão visitar 4,3 mil residências na cidade até o mês de setembro, prazo para conclusão da pesquisa, intitulada “Origem-Destino Domiciliar”. Serão levados em consideração os hábitos de deslocamento dos blumenauenses e até mesmo o perfil socioeconômico dos moradores. A coordenadora conta que, entre outros objetivos, uma das ideias é usar as informações para melhorar o transporte público:

– Formando a base de dados para o corpo técnico, é possível saber onde as pessoas estão, para onde querem ir e por que vão para determinados locais. São detalhes importantes para sugerir mudanças no transporte coletivo como a otimização de linhas de ônibus, por exemplo.

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O município pretende levantar e armazenar todos os dados referentes à consulta até o final do ano. Transformar os dados em mudanças práticas no cotidiano de Blumenau é algo mais demorado e deve ficar apenas para o final do ano que vem.

Essa pesquisa é um complemento a outras duas já feitas (uma que identificou o trajeto percorrido por automóvel nas vias da cidade e outra com foco nos destinos dos passageiros de ônibus) e está incluída no Plano de Mobilidade Urbana da cidade, aprovado em 2012. O contrato tem o valor de R$ 10 milhões com duração de dois anos – terminando em 2017 – e o montante é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no mesmo programa que engloba o prolongamento da Rua Humberto de Campos e outros projetos, como os corredores Norte e Oeste e os terminais da Água Verde e Itoupava Central.