Um estudo clínico global com o objetivo de avaliar os benefícios do medicamento Daxas (roflumilaste) associado às terapias combinadas no tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) já conta com a participação de 21 centros especializados em 11 capitais brasileiras, incluindo Porto Alegre.

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O estudo denominado de React – Reconditioning Exercise and COPD Trial teve aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para envolver pacientes portadores de DPOC com episódios de crises moderadas ou graves. Na Capital, a pesquisa é conduzida pela Santa Casa, Hospital São Lucas, Conceição e Moinhos de Vento.

Aproximadamente 2 mil pacientes em todo o mundo – 200 no Brasil e cerca de 50 na Capital – utilizarão rofluminaste durante o período de um ano, juntamente com medicamentos convencionais, como broncodilatadores de longa duração associados a corticoides inalatórios. O objetivo é avaliar os benefícios da adição do roflumilaste, ao tratamento inalatório padrão da DPOC, na redução da taxa de exacerbações (crises ou ataques pulmonares) e melhora da qualidade de vida dos pacientes.

– Estamos bastante confiantes, pois estudos feitos com o medicamento na Europa e nos Estados Unidos demonstram que as crises de falta de ar reduziram cerca de 30% em pacientes com DPOC – afirma o pneumologista Adalberto Rubin, coordenador da pesquisa na Santa Casa.

Roflumilaste é um anti-inflamatório de uso oral que reduz a frequência das exacerbações em pacientes que sofrem de DPOC. Lançado no Brasil em 2011, sua ação desacelera a progressão da doença e ajuda a diminuir as crises, que são responsáveis pela rápida progressão da doença e piora da qualidade de vida.

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A DPOC é uma lesão pulmonar irreversível que provoca cansaço e falta de ar, comprometendo a capacidade respiratória. Com o tempo, até mesmo mínimos esforços cotidianos, como subir um lance de escada, tornam-se difíceis para o portador da doença. Apesar de não ter cura, a DPOC é tratável e pode ser prevenida, evitando-se o tabagismo e a aspiração de poluentes.

No Brasil, 8 milhões de pessoas são acometidas pela doença, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo o Datasus, a DPOC mata 33 mil pessoas por ano no Brasil e deve se tornar a terceira causa de morte, até 2030, em todo o mundo.