Empresas que não avaliam formalmente o desempenho do funcionário podem colocar em risco a carreira dos colaboradores. Pesquisa realizada pela Page Assessment, uma divisão da empresa Michael Page, identificou que 80% das empresas instaladas no Brasil utiliza sistemas de avaliação informal para o desenvolvimento dos funcionários – sem frequência definida para o feedback e nenhum documento que registre o histórico da avaliação.

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A falta da atividade influencia de forma negativa na identificação de talentos potenciais e de futuras promoções dentro da empresa. A pesquisa foi realizada em outubro deste ano e teve a participação de 206 diretores e gerentes de Recursos Humanos de vários setores da economia.

Conforme Giuliana Menezes, gerente da Page Assessment, o resultado foi assustador, mas ela acredita que em pouco tempo o cenário nessas empresas irá mudar, especialmente pela necessidade de profissionais qualificados.

– A avaliação dos colaboradores é viável mesmo em uma pequena empresa porque com a ferramenta a empresa consegue cobrar do profissional um rendimento maior e mostrar quais são os valores da organização – afirma.

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Na matriz da Intelbras, em São José, o sistema de avaliação formal do funcionário existe há mais de 10 anos e abrange os 1.582 colaboradores da empresa, desde o nível operacional até a direção.

De acordo com a analista de Recursos Humanos, Valdirene Borges da Rosa Vitorassi, tudo é feito por um programa computacional, em que o funcionário tem acesso aos seus objetivos, formulados a partir do cargo que ocupa, e os resultados, que são avaliados pelo líder e revisados pela área de RH.

Líder recebe avaliação dos subordinados

Obrigatoriamente, uma vez por ano, há um feedback formal dos resultados, quando o gestor dá um retorno da atuação do funcionário. Valdirene destaca a vantagem do sistema permitir que os dados dos colaboradores fiquem registrados no computador, o que faz com que uma eventual mudança de líder ou troca de áreas de trabalho não comprometa a avaliação do funcionário.

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– O colaborador não aceita mais uma organização que não realiza método formal. Ele estimula a empresa a ter esse processo. Um profissional atualizado quer saber o que pode fazer para crescer na organização – diz.

Gustavo Klitzke, que foi promovido a supervisor de negócios na Intelbras em fevereiro deste ano, continua sendo avaliado pelo sistema da empresa. Como líder, sua equipe analisa o seu desempenho, assim como outros líderes e o setor de RH. Klitzke acredita que a avaliação formal, com feedback e possibilidade de contratar metas individuais para atingir os objetivos, ajudou na sua promoção.

– As avaliações de quando eu estava no eixo de analista me ajudaram a desenvolver algumas habilidades que são identificadas como importantes na função e, com isso, consegui me preparar melhor e crescer de forma mais sólida na empresa. Consegui ter foco e me desenvolver com melhor velocidade – ressalta.

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O que a pesquisa identifica

Por que as empresas não investem

– Rotatividade da área de RH faz com que o histórico dos funcionários se perca e dificulte as empresas a usarem as ferramentas de avaliação de desempenho

– As atuais práticas de RH ainda são convencionais, com pouca inovação

– Na maioria dos casos, o RH depende de autorização superior para investimento nas ferramentas

– As empresas não identificam os resultados das ferramentas de avaliação

Por que investir na avaliação formal

– Há um ganho direto na assertividade de processos seletivos

– O RH consegue definir a melhor forma de atrair, reter e desenvolver o colaborador, com ações que potencializam os resultados

– A atividade se torna base para definir as promoções

– Os profissionais são promovidos a partir de meritocracia