A Oktoberfest cresceu, já é uma adulta de 33 anos e os números divulgados ontem pela Fecomércio-SC que mostram o seu comportamento apontam que ela deixou de lado a vida rebelde de anos atrás. Tudo para consolidar um público-alvo mais pomposo, “economicamente ativo” – expressão usada pelos especialistas para resumir um turista gastador, torrador de bufunfa -, foco de lideranças do turismo na cidade. E esse público de cinco anos para cá mudou a sua forma, suas características, até mesmo o seu perfil. E o melhor: aprova e recomenda a Oktober.
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Festa para solteirões e solteironas à procura de diversão, cujo objetivo principal é beber, cair e levantar? Nada disso. São os casais que imperam e pelo segundo ano consecutivo superam o número de solteiros. Dos 895 entrevistados, 49,2% são pessoas acompanhadas que vieram à Oktober, contra 44,4% de sozinhas.
– É algo que nos agrada. É um público que traz resultado, que consome, fica na cidade e soma valor agregado – avalia o presidente do Conselho Municipal de Turismo, Richard Steinhausen.
Outro número que se destaca em meio aos vários apresentados pela Fecomércio-SC é a inversão dos papéis quando o assunto é faixa etária. Jovens de 18 a 25 anos, que representavam 29,5% do público em 2011, hoje correspondem a 13,5%. De quebra, outras duas faixas, de 36 a 45 anos e de 46 a 55 anos, considerados os visitantes com caráter familiar e que, como consequência, consomem mais, subiram.
– É um turista que tem o perfil economicamente ativo. São pessoas que não vêm apenas para visitar a Oktober, mas também aproveitam para conhecer a região e movimentando a economia de uma melhor forma – destaca o gerente de planejamento da Fecomércio de Santa Catarina, Renato Barcellos.
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O melhor e o pior da festa
Os dados apresentados ontem indicam que as pessoas que visitaram Blumenau durante o mês de outubro gostaram da infraestrutura, limpeza, atendimento e conforto do Parque Vila Germânica – que em uma escala de 0 a 10 foram pontos com notas acima de 9,26. Acessibilidade, transporte até a Vila Germânica e preço dos ingressos (este último com a pior das notas, 7,59) puxaram para baixo a média de avaliação do turista, que ficou em 8,83.
– A nota nos satisfaz. E essa pesquisa e esse resultado nos mostram que é exatamente esse tipo de festa que o turista e o blumenauense querem – afirma Ricardo Stodieck, secretário de Turismo de Blumenau e presidente do Parque Vila Germânica.
Semelhanças e diferenças com dados da Vila Germânica
Há algumas diferenças e semelhanças entre as pesquisas efetuadas pela organização da festa e a da Fecomércio. A começar pela faixa de idade. Nas 760 pessoas ouvidas pelo município, 25% têm entre 18 e 24 anos, o dobro do número identificado pela entidade estadual. Os 61% de solteiros de entrevistados pela prefeitura também se contrastam com os 44,4% da outra pesquisa, o que mostra certa divergência.
Em outros itens, porém, os números são parecidos, como os que dizem respeito à classe econômicas dos turistas. No total, 47% afirmaram pertencer às classes A e B na pesquisa feita pela Vila Germânica. Na da Fecomércio-SC são 50,2%. “Estrutura geral das instalações” e “limpeza” foram pontos que agradaram o turista em primeiro e segundo lugar, respectivamente, algo apontado nos dois levantamentos. A avaliação positiva da festa também é idêntica: 97%.
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Em uma análise sobre os dados, o secretário de Turismo de Blumenau, Ricardo Stodieck, acredita que por conta do foco da festa ter se ramificado, não ficando apenas na cerveja, mas também na gastronomia e cultura, ainda pode haver mudanças em algumas características, como na faixa etária, por exemplo:
– Virão mais casais, mais famílias e uma faixa etária um pouco mais alta, com um público mais exigente.