A primeira fase da pesquisa inédita sobre o avanço do coronavírus no Brasil coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) será concluída nesta quinta-feira (21), garantiu o epidemiologista Pedro Rodrigues Curi Hallal, reitor da UFPel e coordenador do levantamento.
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Durante videoconferência promovida pelas unidades do Ministério Público Federal na região Sul do país na quarta (19), o epidemiologista disse que os problemas que envolveram pesquisadores do projeto no último final de semana foram solucionados – alguns deles chegaram a ser vítimas de violência policial, e afirmou que a expectativa é de que os primeiros dados da pesquisa sejam revelados ainda esta semana.
A pesquisa Epicovid-19 é desenvolvida pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel, com o auxílio do Ibope e apoio do Ministério da Saúde. Os dados estão sendo coletados em 133 municípios brasileiros, a fim de revelar como está ocorrendo o avanço da Covid-19 no país. Um banco de dados com acesso aberto ao público será formado.
Em Santa Catarina, a pesquisa é realizada nas cidades de Lages, Caçador, Chapecó, Criciúma, Joinville, Florianópolis e Blumenau.
Na videoconferência, Pedro Hallal disse ainda que a “a falha de comunicação não pode servir de argumento para justificar a truculência”, ao comentar os episódios de truculência com pesquisadores. Ele também relatou, no entanto, que a maior parte das cidades têm recebido bem a iniciativa.
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A videoconferência teve a participação de membros do Ministério Público Federal de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A conversa foi mediada pela jornalista Ângela Bastos, repórter especial do Diário Catarinense.

Durante o encontro, o pesquisador Pedro Hallal falou ainda sobre a realidade do Brasil na pandemia. Ele avalia que a situação do país é melhor que a dos países europeus, mas pior que a dos países da Ásia, e que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem “dado conta do recado”, segundo ele com respostas adequadas à pandemia.
Hallal também disse considerar que o país aderiu ao isolamento social no momento certo, mas ressalvou que falta uma política de testagem efetiva da população. De acordo com ele, existe a possibilidade de um “efeito rebote” do contágio porque em algumas regiões as autoridades permitiram o fim do isolamento social e a retomada de atividades.