Você sabe onde cada um dos seus dedos dos pés está? Essa pergunta pode soar estranha, mas um estudo surpreendente divulgado nesta segunda-feira na revista Perception sugere que talvez você seja incapaz de fazê-lo.

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Faça o teste: peça para alguém tocar dedo por dedo, sem olhar, e tente adivinhar qual dedo é qual. Não fique surpreso se errar – cerca de metade das pessoas que fizeram a mesma experiência foram incapazes de identificar os dedos corretamente.

– A proporção média de acertos para os segundo, terceiro e quarto dedos em humanos saudáveis foi menor do que o esperado em 57%, 60% e 79% respectivamente – explicou à AFP Nela Cicmil da Universidade de Oxford, co-autora do estudo.

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O mesmo teste com os dedos das mãos produziu uma precisão de 99%, enquanto que os dedos grandes e pequenos dos pés foram corretamente identificadas em 94% dos casos.

Os testes foram realizados com um grupo de 19 voluntários saudáveis com idades entre 22 e 34 anos, e resultou em algumas descobertas surpreendentes.

Foi muito comum, por exemplo, que as pessoas confundissem o segundo dedo do pé com o terceiro, e o terceiro com o quarto.

Eles também observaram uma ilusão “inesperada”: quase metade dos participantes do estudo relataram espontaneamente terem sentido como se um de seus dedos estivesse “perdido”.

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– Sabíamos que algumas doenças poderiam causar este fenômeno de agnosia (incapacidade de reconhecer certos estímulos), mas as pessoas testadas eram saudáveis – disse Cicmil.

A agnosia é uma característica de muitas doenças neurológicas e psiquiátricas. Pacientes com síndrome de Gerstmann (uma doença neurológica) não conseguem distinguir os dedos sem olhar para eles.

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Por um lado, se é normal errar na identificação de seus dedos do pé, tais testes não devem ser utilizados para diagnosticar danos cerebrais, apontou a pesquisadora. E os resultados podem ajudar pessoas que sofrem de outras formas mais graves de agnosia ou imagem corporal equivocada.

– Uma melhor compreensão dos mecanismos cerebrais que levam a erros simples de representação do corpo, como no nosso estudo, vai nos ajudar a entender distúrbios de imagem corporal em casos mais complexos, como a anorexia – afirma Cicmil.

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* AFP