Depois de fazer a escolha da área em que você resolveu trabalhar, começar como estagiário e completar seu curso técnico ou faculdade, o sonho é progredir na empresa em que trabalha e criar uma carreira sólida, saindo apenas na aposentadoria, certo? Errado. Pelo menos é o que aponta a pesquisa feita pelo site de empregos Catho, que revela que mais de 90% dos profissionais no Sul do Brasil estão dispostos a mudar de emprego caso apareça uma oportunidade.
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No levantamento, apenas 8,6% dos profissionais ativos disseram que não pensam em deixar o atual cargo, enquanto 38,8% afirmaram estar em busca de uma nova colocação. A maioria dos entrevistados (52,6%) revelou estar aberto a propostas.
– Já passou o tempo em que a pessoa entrava na organização e saia aposentada, a empresa traçando o caminho entre tais eventos. A geração atual não só muda de empresa como de carreira – diz a psicóloga Priscylla Silveira, diretora de Serviços da Sinergia Recursos Humanos.
Para a especialista, os baixos níveis de desemprego e a carência de profissionais qualificados à disposição do mercado também são fatores que contribuem para esse quadro.
A difícil tarefa de compor e manter boas equipes
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Reter os bons profissionais, ainda mais em áreas de alta rotatividade como o varejo, é um desafio cada vez maior, que pede diferenciais.
– A empresa oferece cursos e treinamentos, e me deu a oportunidade de assumir a gerência. Sinto-me motivada, todo mês tenho desafios – conta Gilmara da Costa, 38 anos, gerente de vendas da loja Someday em Florianópolis, há sete anos no mesmo cargo.
Bater as metas e motivar a equipe são parte do cotidiano de Gilmara, o que faz dela uma profissional disputada. Um relatório da consultoria PwC – Brasil traz dados interessantes, destacando a dificuldade das empresas em compor suas equipes. Para contratar executivos, em 61% dos casos a missão foi considerada “difícil” e, em 13%, “extremamente difícil”. Para técnicos especializados, os números são parecidos, com 59% e 12% respectivamente.
No caso de profissionais de nível operacional, a situação é bem distinta, em 77% dos casos a contratação foi “fácil” ou “extremamente fácil”, e apenas em 23% “difícil”. Para as vagas de média gerência e nível universitário ficou no meio termo. O relatório aponta ainda que 94% das corporações querem manter ou aumentar seus quadros, apenas 6% consideram a redução, e que os pedidos de demissão são o dobro do de demitidos. O índice médio de turn-over (renovação nos quadros) nas empresas é de 19% ao ano.
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– Ainda falta a consciência do valor do capital humano. As corporações têm que desenvolver práticas como avaliação de desempenho, trabalho por metas, banco de talentos e recrutamento internos – opina Priscylla Silveira.
Para o profissional
? Sempre vale verificar na própria organização se há melhores oportunidades
? Procure ser transparente na relação com o seu gestor imediato
? Oferecer feedback vale para o líder e para o liderado
? Caso essas iniciativas não deem retorno, procure agir com discrição na procura por uma nova vaga
? As empresas querem saber porque alguém ainda ligado a outra organização está no mercado. Saiba explicar os motivos da saída
? Evite se colocar em leilão, participando de processos seletivos diversos. Essa atitude não é bem vista pelos recrutadores
? Antes de mudar de emprego, o funcionário precisa analisar o plano de carreira da outra empresa e observar os desafios a médio e longo prazo
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Para a empresa
? É importante oferecer novas rotinas, plano de carreira e outros benefícios
? Transparência com o profissional ajuda na retenção dos talentos
? Procure investir em cursos para a atualização dos colaboradores e em bolsas de estudo
? Conversar com os profissionais ajuda a saber o que ocorre no ambiente de trabalho
? É importante implementar o recrutamento interno