Poucas horas depois da pesquisa do Ipea sobre violência contra a mulher ser divulgada, dia 27 de março, o movimento digital #NãoMereçoSerEstuprada inundou as redes sociais com fotos de pessoas de todas as idades protestando contra a culpabilização da mulher. Nesta sexta-feira, 4 de abril, a instituição emitiu uma nota dizendo que o resultado estava errado e que, na verdade, 26%, e não 65%, concordavam com a frase polêmica.
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Segundo Nana Queiroz, organizadora do protesto, milhares aderiram a manifestação que convidava as pessoas a se despir e tirar fotos com os dizeres “Não mereço ser estuprada”. A organizadora recebeu ameaças de estupro após criar o evento do protesto no Facebook.
O movimento, que começou na web, repercutiu internacionalmente. Foi assunto no site do canal de TV britânico BBC, do jornal americano Washington Post e do portal de notícias, também americano, Huffigton Post.
Aos poucos, artistas e políticos aderiram ao movimento. No programa Altas Horas, da Rede Globo, Juliana Paes, Claudia Leitte, Marcius Melhem, Marcelo Adnet e Serginho Groisman tiraram foto com cartazes com os dizeres “Não mereço ser estuprada”.
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No dia 28 de março, a presidente Dilma publicou uma série de mensagens em seu Twitter, dizendo que o Brasil ainda tem muito o que avançar no combate à violência contra a mulher.

A pesquisa
O Ipea divulgou pesquisa, no dia 28 de março, dizendo que 65% dos entrevistados concordava com frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser estupradas” e 58,5% com “se mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros”.