Todo mundo tem uma parte preferida do Natal. Para as crianças, a chegada do Papai Noel, é claro; para os tradicionais, a reunião da família; e para os comilões, a ceia. O clássico jantar do dia 24 de dezembro é uma das refeições mais especiais do ano e muita gente costuma guardar receitas que são verdadeiros segredos apenas para esta data. Mas,em tempos de crise, o que fazer?
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O Procon de Blumenau divulgou uma pesquisa feita nos sete principais supermercados da cidade mostrando a variação nos preços de oito produtos que costumam compor a ceia dos brasileiros. Em alguns casos, a diferença pode chegar a 560%, caso dos espumantes. Entre as carnes o pernil teve a maior variação: de R$ 7,48 no mercado mais barato a R$ 17,97 no mais caro.
Com a necessidade de economizar e a vontade de atender os desejos de todos por uma ceia especial, a montagem do cardápio se torna um desafio que exige paciência e dedicação. A primeira dica: planejamento. Rodrigo Eduardo Estevão, diretor do Procon, explica que planejar, pesquisar e conhecer os produtos que se procura são ações importantes para conseguir o melhor custo-benefício na compra dos ingredientes para a ceia – e a dica vale para os presentes também. Ele ressalta ainda que é preciso ficar atento em informações como registros nos órgãos de fiscalização, prazo de validade, composição, volume, quantidade e fabricante ou importador. E tudo deve estar escrito em português.
“Você pode substituir”
Fazer uma lista com o que é indispensável na ceia da família é um bom ponto de partida, garante a chef de cozinha e professora da Faculdade Senac de Blumenau, Juliet Langaro. Sabendo o que não pode faltar e o que pode ser trocado fica mais fácil encontrar as opções mais econômicas. Outro conselho valioso é fazer trocas entre ingredientes por similares mais baratos. Ela dá algumas sugestões que podem ajudar na hora de compor o cardápio:
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– Realmente o que se percebe é que os preços no geral estão mais altos, não apenas nos produtos da ceia, então a substituição por produtos que têm o mesmo efeito mas são mais baratos é uma das principais dicas. Um exemplo são as aves tradicionais do Natal: entre as marcas há grandes variações de preço e algumas que são mais em conta tem uma boa qualidade. Com um bom tempero não decepciona ninguém.
Entre as sugestões da chef estão substituir o bacalhau, que costuma ser um dos vilões da ceia econômica, por um peixe mais comum neste período, como o dourado ou a tilápia. Outra troca que vale a pena é deixar nozes ou castanhas inteiras no supermercado e optar pelas quebradas, que podem custar até a metade do valor. Para as sobremesas, as frutas da estação também são as melhores opções.
>> Confira o levantamento feito pelo Procon:
>> SETE DICAS PARA ECONOMIZAR NO PREPARO DA CEIA:
1 – Que tal uma ceia em conjunto com amigos ou família?
Vale a pena quando for uma celebração para muitas pessoas. Cada um leva um prato, uma bebida ou sobremesas para compartilhar. Vale também para artigos de decoração ou utensílios para a festa.
2 – Fuja das compras na véspera das festas
Os produtos podem estar mais caros e o tumulto faz você gastar tudo ali para não ir a outro estabelecimento. Invista na antecedência e na pesquisa de preços.
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3 – Fique atento ao preço anunciado em comerciais e folhetos
Ele tem de corresponder ao praticado pelo supermercado. E guarde o cupom fiscal para o caso de precisar trocar algum item.
4 – Calcule o quanto cada pessoa vai comer e não ultrapasse muito essa previsão
A mesa farta é bonita, mas estragar comida custa mais caro. Dentro de uma média, para consumo de carne é indicado prever cerca de 300 gramas por pessoa, isso sem contar os acompanhamentos, como as saladas.
5 – Os panetones de padarias podem custar menos que os industrializados
Mas fique atento, o prazo de validade é mais curto. Os preços entre as marcas pode variar até 500%. Pesquise!
6 – Excesso de bebida sai caro
O ideal é calcular a média por pessoas e pesquisar preços. O indicado é prever cerca de meio litro de bebida por pessoa, no caso de refrigerante ou água, e cerca de cinco latas de cerveja por adulto.
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7 – Varie as receitas, fugindo dos itens tradicionais
Uma aposta é investir em carnes e peixes menos característicos. Com criatividade, um frango incrementado pode rivalizar com alternativas mais caras, como chesters e perus.
Fonte: Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE), Bruno Ivanoff, professor do curso de Gastronomia do Senac.