Assim como os pais fazem com os filhos, sempre cuidando para que o desenvolvimento seja pleno em cada fase da vida, os empreendedores também precisam se organizar para vivenciar as etapas do negócio que estão gerindo.

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Após o nascimento, vêm a infância, a adolescência e a idade adulta. Cada fase tem a sua peculiaridade e cada negócio, a sua dinâmica própria, mas ficar atento a cada momento da empresa e tomar as atitudes na hora certa reduzem a possibilidade de escapar de algo que as pessoas não conseguem: a morte.

A consultoria Cosin, em um trabalho realizado com a Endeavor Brasil, analisou as competências de 54 empresas parceiras da entidade em sete setores: planejamento, governança, finanças, tecnologia da informação (TI), gestão de pessoas, operações e logística, marketing e vendas.

O diagnóstico cobriu os segmentos de varejo, serviços, tecnologia e indústria. Em geral, elas apresentaram os três níveis de maturidade até chegar ao sucesso.

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– É uma leitura que fizemos das empresas que deram certo para mostrarmos o caminho realizado para obter o êxito empresarial. Nem todas as fases aconteceram em momentos diferentes, mas os empreendedores passaram por essas etapas -, explica Alessandro Cosin, sócio da consultoria Cosin.

O planejamento disciplinado dos sócios – e noivos – Bruna Brenneisen e Darlan dos Santos durante o período de gestação do negócio é uma das ações mais indicadas para as empresas que estão na fase da infância.

– Levamos um ano e meio para definir o projeto que colocaria a empresa no mercado. Definimos conceito, gestão da marca, objetivos, foco. Assim que o planejamento estava sólido, abrimos as portas com a segurança necessária para competir no ramo dos negócios -, conta Darlan, diretor de negócios da Libes Comunicação Livre, de Joinville, voltada para o setor corporativo.

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A etapa que Bruna e Darlan estão passando já foi vencida pela Agência Izi, empresa criadora de sistemas para a internet que atua na cidade desde 2008. O projeto consolidado de três sócios – Danilo Conti, Rolf Scholz Neto e Vinicius Wrubleski – pode ser considerado na fase da adolescência.

– Este é um ano para elaborar um planejamento mais forte em um prazo mais amplo. Como a agência já ganhou espaço no mercado, podemos traçar objetivos maiores de crescimento, ter metas mais ousadas, aumentar o quadro de funcionários para qualificar ainda mais o serviço -, argumenta o diretor comercial, Danilo Conti.

Inovação como estratégia

Independentemente da fase em que a empresa esteja, a inovação é considerada a ferramenta principal para o desenvolvimento pleno do negócio. É o que dá corpo e fortalece a atuação dele em todas as etapas de sua vida.

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Bruna Brenneisen, diretora de planejamento da Libes Comunicação Livre, aposta nesta estratégia como diferencial para uma empresa que está despontando no mercado. Ela e o sócio usaram a idade – o casal tem 20 anos – como uma aliada. E inseriram a palavra “livre” propositalmente na marca do negócio.

– Jovens são conhecidos pela dedicação e pela curiosidade em descobrir coisas novas. E por isso a liberdade de criação é tão importante. Inovações acontecem porque o empreendedor se sente incentivado a trazer para o dia a dia da empresa algo novo para aumentar a competitividade no mercado -, avalia a diretora de planejamento da Libes.

Os rapazes da Agência Izi também têm este conceito internalizado na identidade da empresa.

– A área em que atuamos obriga uma atualização constante não só no ambiente empresarial, mas também com as pessoas que estão inseridas no contexto. Os profissionais devem estar dispostos a buscar conhecimento incansavelmente para despertar inovações -, sugere Rolf Scholz Neto, diretor de produto da Izi.

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No caso da agência de sistemas para a internet, a inovação tem rosto, nome e sobrenome. O diretor de operações, Vinicius Wrubleski, autodidata de apenas 22 anos, tem as mãos que viabilizam os planos ousados da equipe.

– Não há nada que o Vini não possa fazer. Se, depois da definição de uma nova ação, ele ainda não tiver a plena certeza de como executar o projeto, dá um jeito de garantir a inovação. Ele estuda sem parar, dedica-se horas em materiais superconceituados, alguns até raros. Em pouco tempo, a solução completa para que a equipe possa colocar a ação em prática está pronta -, conta Danilo Conti.

As fases da vida de uma empresa

Infância

É a época de desenvolver a competência comercial da empresa. Para a estreia no mercado, o empreendedor precisa ter uma visão clara do produto, do segmento, dos concorrentes e dos preços praticados, além de definir o modelo de negócio.

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Características: a competência comercial se destacou em praticamente todas as empresas pesquisadas pela consultoria e que se encontravam em sua fase inicial, quando as vendas do que foi idealizado pelo empreendedor começam a aparecer. Empresas do setor de serviços são as que mais se destacam nesta competência.

Dica: é preciso ter foco, sabendo o que vai vender e para quem será vendido. É importante saber gerir as ações comerciais, com controle sobre os contratos e ações que estão abertas.

Adolescência

Tempo de construir uma visão de longo prazo. Após se estabelecer no mercado, o empreendedor precisa fazer um planejamento estratégico maior, abordando suas fraquezas, seus diferenciais em relação aos concorrentes e definindo seus planos de ajuste e metas para os anos seguintes.

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Características: a pesquisa revelou que um bom plano não é o suficiente, mas o que é fundamental é desdobrar o planejamento em metas operacionais e definir modelos eficientes de acompanhamento dos objetivos estabelecidos. Empresas de tecnologia

são as mais fortes nesse quesito, enquanto as de serviços têm o menor grau de desenvolvimento.

Dica: neste momento, é a hora de separar a conta pessoal da financeira da empresa. Outra preocupação nesse período deve ser a governança e o controle financeiro do negócio – e também da entrada de novos sócios, se desejado ou necessário.

Adulto

Momento de se preparar para segurar o ritmo de crescimento e ampliar os negócios, definindo o modelo organizacional, o processo de recrutamento, o plano de carreira e a remuneração e benefícios.

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Características: as empresas do segmento de indústria já tinham uma maior maturidade para lidar com a questão, mas os empreendimentos de serviços ainda precisavam investir mais no capital humano.

Dica: empreendimentos com 30 ou mais funcionários precisam criar políticas mínimas de recursos humanos, como planos de carreira e programa de bonificações, para conseguir conquistar e reter talentos essenciais ao desenvolvimento da companhia.

*Com agências