A população da Crimeia, península da Ucrânia, foi às urnas neste domingo em um referendo. Segundo uma pesquisa de boca de urna divulgada pelas autoridades separatistas da Crimeia, a maioria esmagadora foi a favor da reunificação desta península ucraniana à Rússia.

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Segundo a pesquisa, 93% dos habitantes da Crimeia votaram a favor de se integrar à Rússia, e 7% se pronunciaram a favor do status autônomo da Crimeia dentro da Ucrânia.

O primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksyonov, saudou imediatamente esta decisão histórica.

“Obrigado a todos os que participaram do referendo e expressaram sua opção. Agora tomamos uma decisão muito importante que entrará para a história”, declarou Aksy em sua conta no Twitter.

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Já a Casa Branca rejeitou os resultados do referendo e criticou as ações perigosas e desestabilizadoras de Moscou nesta crise.

“Este referendo é contrário à Constituição da Ucrânia, e a comunidade internacional não reconhecerá os resultados desta votação realizada sob ameaças de violência e intimidação por parte da intervenção militar russa que viola as leis internacionais”, declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

“Os Estados Unidos têm apoiado firmemente a independência, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia desde que ela declarou a sua independência, em 1991, e rejeitamos o referendo realizado hoje na região ucraniana da Crimeia”, disse Carney.

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Carney ressaltou que a Rússia desdenhou dos apelos da Ucrânia e da comunidade internacional, aumentando sua intervenção militar na Crimeia e iniciando exercícios militares na fronteira oriental da Ucrânia.

“As ações da Rússia são perigosas e desestabilizadoras”, disse o porta-voz da Casa Branca.

Horas antes da divulgação dos primeiros resultados, a União Europeia condenou oficialmente o referendo, classificando-o de “ilegal e ilegítimo”, e anunciou que serão decididas sanções na segunda-feira.

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A Crimeia foi historicamente parte da Rússia até que a União Soviética a cedeu à Ucrânia, em 1954, por decisão de Nikita Khrushchev. No entanto, Moscou manteve no porto de Sebastopol a base de sua frota no Mar Negro.

A população da região é, em sua maioria, de língua russa e favorável à incorporação à Rússia. Já as minorias ucraniana e tártara, que representam 37% da população, haviam pedido o boicote ao referendo.

Os eleitores deveriam optar entre “a reunificação com a Rússia como membro da Federação Russa” ou o retorno a um status de 1992, que nunca foi aplicado e que concede uma maior autonomia à região.

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A opção de manter o status atual dentro da Ucrânia não fazia parte das opções.