Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) criou um método para identificar um veneno proibido na água. O pentaclorofenol (PCP), conhecido também como “pó da China”, pode causar câncer, além de depressão por afetar o sistema nervoso central. 

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Esse agrotóxico é utilizado para tratamento de madeira e em lavouras de tabaco, mas é proibido por conta do risco que apresenta à saúde. Ao decidir estudá-lo, a pesquisadora Marília Reginato de Barros também tinha o objetivo de fazer uma denúncia, alertando a sociedade para os riscos dos agrotóxicos.

— O pentaclorofenol é considerado um dos poluentes prioritários no mundo. Ele é muito tóxico, carcinogênico e houve casos de apreensão na última década. Há regiões em que seu uso foi relacionado a casos de suicídio, porque ele afeta o sistema nervoso central — explica.

A proposta da pesquisadora, orientada pela professora Cristiane Luisa Jost, no Programa de Pós-graduação em Química da UFSC, é utilizar um material novo, composto de titânia-sílica, para identificar o pentaclorofenol na água. 

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“Os resultados apresentaram apreciável sensibilidade, estabilidade e limite de detecção dentro das faixas previstas na legislação brasileira de proteção ambiental”, aponta o resumo do estudo.

A ideia do método é responder qual a quantidade de pentaclorofenol na água. Para isso, foram realizados testes com amostras fortificadas – quando o pesquisador simula a contaminação – extraída na região de Urubici, próximo a uma plantação orgânica de tabaco. 

A tese está em fase final de elaboração e parte dos resultados foram publicados na Microchimica Acta, revista científica alemã-britânica.