Recorrer a restaurantes ou lanchonetes às vezes é a única opção para muitas pessoas, que não têm condições ou tempo para cozinhar em casa. É o caso da arquiteta Cristiane Santos, de 34 anos. Ela almoça fora todos os dias.

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– Fazer comida em casa exige bastante porque tem de preparar, cozinhar, arrumar e lavar a louça. Almoçando fora, a gente perde menos tempo – conta.

Cristiane nunca colocou na ponta do lápis quanto a alimentação consome do orçamento, mas acredita que os gastos diários fiquem entre R$ 8 e R$ 15. Ela conta que tenta evitar os restaurantes muito caros.

A economista e professora da Univille Jani Floriano faz outro alerta. Além de avaliar o preço do prato, o consumidor deve considerar, também, o deslocamento nas refeições feitas fora de casa.

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– Esses detalhes, como pagar o estacionamento do shopping onde você come, podem até passar despercebidos, mas, ao final, provavelmente superam o valor estipulado para gasto com comida durante a semana – explica.

O suco artificial e a sobremesa, muitas vezes oferecidos como cortesias pelos restaurantes, também podem dar a impressão de que a refeição é lucrativa para o bolso.

Já os estabelecimentos que cobram um valor fixo e permitem que o cliente se sirva à vontade podem ser vantajosos do ponto de vida da quantidade, mas nem sempre da qualidade.

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Quem frequenta esses locais nos momentos de muita fome pode exagerar na ingestão de frituras e isso prejudica a alimentação, explica a nutricionista Isaura Nardini.

– Se a pessoa consegue fazer uma alimentação mais correta, além de não gastar tanto, também contribui para o equilíbrio do corpo – comenta.

Almoçar ou jantar fora de casa com frequência pode causar um rombo no orçamento que faria qualquer um perder o apetite. O joinvilense que se alimenta em restaurantes, bares, lanchonetes ou padarias desembolsa, em média, R$ 17,88 por uma refeição completa, aponta uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha encomendada pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert).

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Se o hábito for diário – de segunda a sexta-feira-, o consumidor pagará, em média, R$ 393,36 por mês, o equivalente a cerca de 54,3% do valor de um salário mínimo. Em um ano, o valor salta para R$ 4.720,32, considerando 22 dias úteis para cada mês. O preço médio indicado pelo estudo corresponde a um prato feito, o popular PF, que inclui arroz, feijão, algum tipo de carne, salada e batatas fritas.

Além do cardápio principal, estão inclusos no valor uma bebida (um suco, água ou refrigerante), uma sobremesa e um café. Em estabelecimentos que servem bufê, onde o cliente paga por quilo ou um valor fixo para se servir à vontade, o preço médio é de R$ 21,25 para um prato de 500 gramas.

O levantamento foi realizado em 49 cidades, 21 delas capitais, nas cinco regiões do País. Foram realizadas 4.681 entrevistas em estabelecimentos comerciais e obtidos 5.580 preços de pratos. Restaurantes e lanchonetes que trabalham com comida oriental, fast food, com sistema de rodízio e aqueles localizados dentro de shoppings sem mesa própria não foram contemplados.

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Custo do almoço fica acima da inflação

O presidente da Assert, Artur Renato Brito de Almeida, lembra que o custo para almoçar fora do lar subiu quase 10% em 2013, enquanto a inflação encerrou o último ano com acréscimo de 5,91%.

– O consumidor tem uma ideia do impacto, mas não tem noção do valor médio dos pratos. A pesquisa oferece esse parâmetro – explica o presidente da Assert.

No País, a média de preço para um prato feito, com bebida, sobremesa e café, ficou em R$ 18,65, acima do praticado em Joinville. Em Florianópolis, o valor médio é de R$ 22,19, o segundo mais caro da região Sul – atrás apenas da cidade de Porto Alegre, onde a refeição custa em média R$ 22,81.

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