O diabetes restringe a qualidade de vida das pessoas que a desenvolvem. Doença cruel, cria dependentes da insulina. Mas graças às células-tronco que o corpo humano possui, uma pesquisa brasileira promete encontrar saída a esses pacientes. O estudo foi iniciado em 2003 e os resultados serão apresentados no XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, de 9 a 11 deste mês, no Centro de Convenções CentroSul, em Florianópolis.
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O endocrinologista Carlos Eduardo Couri conduz o trabalho de Julio César Voltarelli, imunologista que morreu em 2012 em Blumenau. O tratamento desenvolvido por eles é um transplante de células-tronco adultas, carro-chefe da carreira de Voltarelli. Durante os 10 anos da pesquisa, pacientes receberam inserções de células-tronco no pâncreas, órgão responsável por produzir insulina. Isso promove a regeneração – aumento da produção da secreção pelo paciente, já que essas células têm capacidade de renovação.
– Não é a cura, apesar de estarmos buscando isso. Nosso tratamento revigora o paciente, que não precisa mais de doses cavalares de insulina – explicou o endocrinologista.
>>Leia entrevista com o médio Carlos Eduardo Couri
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Couri confirma melhoria na qualidade de vida de quem tem diabetes tipo 1, que faz o sistema imunológico destruir células produtoras de insulina no pâncreas. O transplante é agressivo e precisa ser feito após altas doses de quimioterapia para garantir um “reset” na resistência do corpo. Todos os sintomas que surgem em pacientes com câncer se repetem, como a queda de cabelo, ferida na boca, náusea, dores, vômito e risco de fortes infecções.
– É um momento difícil, que irá garantir melhores momentos mais tarde – explicou Couri.
São esperados 4 mil médicos e especialistas da saúde no congresso. Eles devem assinar e encaminhar pedido de melhorias no tratamento pelo SUS para o Ministério da Saúde.
Os passos do tratamento: