Pesquisa aponta que nível de inglês dos profissionais brasileiros está entre os piores do mundo

A exigência do inglês não é nenhuma novidade no mercado de trabalho. Independentemente da área ou até mesmo do nível da vaga de emprego, pede-se que o futuro colaborador tenha o chamado nível intermediário do idioma. Pesquisa recente da empresa GlobalEnglish com mais de 200 mil funcionários de empresas nacionais e multinacionais que não têm o inglês como língua materna indica que ainda falta um longo caminho para que os profissionais brasileiros tenham um bom nível de inglês no trabalho.

Segundo o levantamento, o Brasil está na 70ª posição num universo de 78 países analisados em relação ao inglês corporativo. De 1 a 10, a nota alcançada pelo país foi de 3,27, abaixo até mesmo da média da América Latina que foi de 3,38. O ranking é liderado pelas Filipinas, com nota 7,95. A média mais baixa é a de Honduras, com 2,92.

O estudo afirma ainda que 94% dos entrevistados consideram o inglês de negócios fundamental para conseguir uma promoção e que 7% dos profissionais apresentam fluência no idioma. Mas como conseguir essa fluência?

Para o diretor da escola de idiomas Cultura Inglesa em Santa Catarina, Michael Delaney, a maior dificuldade está na capacidade de dialogar em inglês, já que o idioma envolve outras habilidades, como saber escutar e negociar. Ele afirma que também é importante que o profissional não veja o idioma como algo isolado. Conhecer a cultura do país pode ser fundamental no relacionamento com os colegas em uma negociação, principalmente quando envolve multinacionais.

Delaney explica que se a pessoa possui um nível intermediário de inglês e o que falta é praticar, o ideal é optar por aulas em grupo para interagir e dialogar mais.

Porém, se o profissional tem uma demanda específica, como aprender termos técnicos de sua profissão, o mais assertivo são as aulas particulares.

Outra opção é o intercâmbio de curta duração. A gerente do programa de cursos no exterior da Travelmate, agência de intercâmbio e turismo que tem filiais em Florianópolis, Balneário Camboriú e Chapecó, Aline Heidemann, explica que as pessoas que possuem um nível intermediário de inglês podem fazer um curso intensivo de duas a quatro semanas de duração para avançar no idioma.

Cursinhos de curta duração são uma boa alternativa

Ela conta que cada vez mais profissionais buscam esse tipo de curso nas férias e módulos voltados para sua área de atuação.

– A rapidez do aprendizado é muito maior porque você está imerso em outra cultura, além do crescimento pessoal – defende a gerente de cursos Aline.

Foi pensando nisso que a acadêmica de Engenharia de Produção da Universidade Federal de SC (UFSC) e Economia da Universidade do Estado de SC (Udesc), Carolina Salvão Vanni, de 22 anos, resolveu fazer o seu segundo intercâmbio. Ela já tem inglês avançado, mas como está há muito tempo sem praticar, optou por seis meses de estudo na Austrália. Carolina garante que o investimento de aproximadamente R$ 15 mil (inclui gastos com curso, passagem e visto) no International Business irá fazer a diferença em seu currículo e futuro profissional.

– A maioria dos empregos na minha área exige um bom nível de inglês. Por isso decidi fazer esse intercâmbio – afirma.

O gerente da consultoria Michael Page Leandro Muniz afirma que o nível de inglês dos candidatos ainda está abaixo do que as empresas precisam. Segundo ele, as áreas mais requisitadas são as da logística, financeira e engenharia.

Em Santa Catarina, o polo tecnológico de Florianópolis e as unidades fabris e metal-mecânica do Norte do Estado exigem o domínio do inglês. Para Muniz, a tendência é que as empresas exijam cada vez mais dos seus colaboradores boa fluência no idioma.

::Os mais bem classificados no ranking da GlobalEnglish:

1º) Filipinas* 7,95

2º) África do Sul* 7,68

3º) Noruega 7,06

4º) Holanda 7,03

5º) Reino Unido* 6,81

* As empresas destes países não tinham o inglês como língua

::Cursos

Cultura Inglesa

Curso de inglês para adultos

– Mensalidade: de R$ 250 a R$ 300

– Aulas particulares: entre R$ 80 e R$ 100 por hora/aula

– Onde: em Blumenau, Itajaí, Florianópolis e Joinville

– Informações: www.culturainglesa.com.br

TravelMate Intercâmbio e Turismo

– Curso de inglês para negócios (Canadá), para a indústria do petróleo e do gás (Londres), para o mercado da moda (Londres) e para advogados (Londres).

– Os cursos têm duração de até quatro semanas e podem custar até R$ 5 mil (sem passagem ou hospedagem). A Travelmate tem agências em Florianópolis, Balneário Camboriú e Chapecó.

– Mais informações:www.travelmate.com.br