A fama do Lauro Carneiro de Loyola de não ser um aeroporto confiável por causa do volume intenso de fechamento decorrente da falta de visibilidade para pousos e decolagens está confirmada. Em 2012, o terminal foi o que mais vezes fechou no País: 163 vezes – pode ocorrer mais de um fechamento no mesmo dia.

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O número corresponde a 9% da soma de fechamentos nos 58 aeroportos da Infraero no Brasil (1.804). Os principais motivos? Chuva, nevoeiro e vento – ou a falta de tecnologia para lidar com isso.

O levantamento feito pelo jornal “O Estado de S. Paulo” com base em um relatório da Infraero não surpreendeu o superintendente do terminal, Rones Heidemann. Ele afirma que o trabalho para tirar a cidade do topo do ranking tem como base investimentos em três frentes: ILS, RNP AR e Papi.

– Um impacto positivo na movimentação deve ocorrer com mais força em 2014, quando devemos sair deste ranking -, diz Rones.

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A principal e mais conhecida medida é a instalação do ILS. Com ele, a esperança é de evitar 40% dos cancelamentos de voos. Apesar da promessa de entrada em operação no primeiro semestre deste ano, a falta de uma estação meteorológica – cujo edital foi lançado apenas neste mês – vai jogar o funcionamento de uma das ferramentas para a redução de fechamentos apenas para 2014.

Já o RNP AR, procedimento que usa satélites para orientar os pilotos, será publicado na próxima quinta-feira. Segundo o capitão Clóvis Fernandes Júnior, da Força Aérea brasileira (FAB), o início das operações com a tecnologia depende das empresas aéreas, que ainda não estão preparadas para usá-la em Joinville.

– Houve uma reunião com as companhias no mês passado sobre esta tecnologia que hoje só é usada no Aeroporto Santos Dumont (RJ) e serve para as duas cabeceiras da pista -, conta Rones.

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– A Gol já está habilitada, e a Azul estará a partir do dia 17. A TAM também demonstrou interesse em usar o RNP AR -, afirma o prefeito Udo Döhler.

A terceira medida apontada por Rones é a instalação do Papi, sistema de iluminação, na cabeceira 15 da pista. As obras de instalação serão entregues nesta segunda-feira e a operação depende de homologação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), diz o superintendente.

Udo conta que na quarta-feira estará em Brasília para cobrar ações por parte da Infraero e da FAB relacionadas à retomada do processo de ampliação da pista do aeroporto joinvilense.

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– Falaram que técnicos visitariam a cidade em breve, mas ainda não marcaram uma data -, diz.

Impacto na movimentação

Após bater recorde de movimentação em 2011, quando atingiu o número histórico de 484.769 passageiros, o aeroporto joinvilense amargou uma queda no ano passado. Em 2012, foram 423.122 passageiros, 12,7% a menos do que no ano anterior.

Há dois anos, quando comemorou o recorde histórico de movimentação, o superintendete do terminal, Rones Rubens Heidemann admitia que, além do aumento na disponibilidade de voos, as boas condições climáticas, tiveram forte contribuição para o resultado.

E, nos dois primeiros meses do ano, as notícias também não são animadoras. Em janeiro e fevereiro deste ano, 55.280 passageiros passaram pelo Aeroporto Lauro Carneido de Loyola. O número é 25,37% menor do que o registrado nos dois primeiros meses de 2012 (74.076).

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O número fica atrás também do volume de passageiros do mesmo período de 2011, quando em dois meses, foram 58.184 passageiros, quase 5% a mais do que o registrado neste primeiro bimestre.